Madri, Tóquio e Istambul apresentaram nesta quinta-feira (30) à assembleia de federações suas candidaturas para organizar os Jogos Olímpicos de 2020, em evento ocorrido em São Petersburgo e que marca os 100 dias que faltam para a escolha.

A palavra “segurança” é a corda à qual se amarram todas as aspirantes, que tentaram se mostrar como a de menor índice de risco.

Sem qualquer receio, Madri falou sobre as dúvidas geradas pela incidência da crise econômica e deu um papel de destaque ao secretário de Estado de Comércio, Jaime García Legaz, que se mostrou otimista e tentou contagiar a assembleia.

“A economia espanhola tem fundamentos sólidos. Todas as previsões apontam que a Espanha crescerá nos próximos cinco anos”, destacou Legaz.

O secretário falou sobre o orçamento da candidatura, que é de aproximadamente 1,5 bilhão de euros, como “um dos mais baixos da história olímpica”. Ele lembrou ainda que estudos apontam que a concessão dos Jogos a Madri repercutiria em US$ 5 bilhões no PIB, criaria 75 mil empregos diretos e atrairia um número extra de 800 mil turistas.

O presidente da candidatura, Alejandro Blanco, disse que Madri não considera as tentativas fracassadas aos Jogos de 2012 e 2016 “como uma derrota”, porque, segundo ele, a cidade “ganhou muito”.

“Estas candidaturas proporcionaram esta oportunidade de apresentar agora um plano melhor. Acreditamos que este é o momento de mostrar ao mundo o que investimos. Madri-2020 não é uma candidatura de promessas ou de sonhos, porque já os construímos”, destacou.

Istambul apostou na projeção da Turquia “não como país emergente, mas emergido”. O presidente da candidatura, Hassan Arat, considerou que o Movimento Olímpico deve aproveitar a ocasião de alcançar uma nova região e uma nova cultura.

“Istambul une o leste e o oeste. Pela primeira vez, os Jogos podem ser ao mesmo tempo asiáticos e europeus”, salientou Arat, que lembrou que a Turquia tem “a população mais jovem da Europa, preparada para divulgar uma mensagem de harmonia e de paz”.

O ministro de Juventude e Esportes, Suat Kiliç, apresentou às federações uma inundação de dados econômicos, os quais resumiu em um: “a Turquia é atualmente a 16ª economia mundial e deve entrar no top 10 em 2023”.

Mas quem presumiu da economia ao máximo foi Tóquio, cujo governador, Naoki Inose, fez a seguinte comparação: “se a cidade fosse um país, seus números a deixaram entre os dez primeiros do mundo”.

O presidente da candidatura, Tsunekazu Takeda, defendeu seu projeto como sendo de toda a Ásia, um continente “com 1 bilhão de jovens”, população destacada em seu discurso.

“Faremos Jogos maravilhosos para promover os valores olímpicos às novas gerações. E colocaremos toda a nossa criatividade a benefício do esporte. Não se podem separar o como e o porquê na organização dos Jogos”, declarou.

Por sua vez, o executivo-chefe de Tóquio-2020, Masato Mizuno, mostrou com orgulho o crescente apoio popular à tentativa, um ponto no qual não tiveram tanto sucesso ao concorrer com o Rio de Janeiro pelos Jogos de 2016. Segundo ele, o respaldo cresceu de 52% a 77%.

A próxima apresentação das três candidatas acontecerá nos dias 15 e 16 de junho em Lausanne (Suíça), durante a assembleia de comitês olímpicos nacionais, onde terão apenas 15 minutos cada uma para discursarem.

Mais ambiciosa será a exposição de 3 de julho diante de membros do COI, também em Lausanne. Na ocasião, poderão falar durante 45 minutos, terão o mesmo tempo para responder perguntas e uma manhã inteira, no dia seguinte, para “campanha boca a boca” com os eleitores.


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Candidatas a sediar Jogos de 2020 se apresentam à assembleia de federações