O ex-atleta do salto com vara Serguei Bubka, presidente do Comitê Olímpico Ucraniano, pediu desde Sochi, na Rússia, a cessação da violência em seu país, manifestou sua dor pelas vítimas mortais das últimas horas e apelou à tregua olímpica para que as partes do conflito “deixem as armas”.
Bubka, que acompanha em Sochi os Jogos Olímpicos de Inverno, publicou um comunicado e, ao mesmo tempo, escreveu várias mensagens no Twitter nas quais pede uma negociação pacífica.
“Meus pêsames pelas vítimas de Kiev. Por favor, lembrem da tradição da Trégua Olímpica, baixem as armas!”, disse Bubka em uma de suas mensagens.
“Quero levar a Trégua Olímpica ao meu país. O diálogo é uma manifestação de força e a violência é nossa fraqueza”, acrescenta.
Pelo menos 25 pessoas morreram nas últimas horas em Kiev, durante as tentativas de tirar os manifestantes que ocupavam a Praça da Independência da capital.
“Nossos esportistas”, diz Bubka, “estão competindo com esforço em Sochi, mas em paz e com honra. A violência não tem lugar no mundo”.
Bubka, membro do Comitê Olímpico Internacional, assinala na declaração publicada em Sochi que está disposto a fazer “qualquer coisa” para contribuir para a pacificação da Ucrânia.
“Estou impactado pelo o que está ocorrendo em meu país, especialmente porque esta violência acontece durante a disputa dos Jogos Olímpicos, o acontecimento mais pacífico e democrático do mundo”, indica. A Ucrânia compete em Sochi com 43 esportistas.
“Não existe ‘sua’ Ucrânia ou ‘minha’ Ucrânia, mas ‘nossa’ Ucrânia. Façamos tudo o que for possível para voltar à negociação e alcançar um acordo. Ainda há possibilidade de uma solução pacífica”, ressalta Bubka, que no sábado perdeu o recorde mundial do salto com vara que possuía desde os 21 anos (6,15 m.), batido pelo francês Renaud Lavillenie (6,16 m.).
Equipe olímpica ucraniana pede paz após violentos distúrbios em Kiev
A equipe olímpica da Ucrânia que compete nos Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi fez uma chamada nesta quarta-feira (19) a favor da paz após os violentos distúrbios que já causaram a morte de mais de 20 pessoas nas ruas de Kiev.
“Estamos consternados pelos fatos ocorridos em Kiev. Pedimos paz e entendimento mútuo. Vamos começar a dialogar para que possamos ouvir uns aos outros e impedir um maior derramamento de sangue”, diz o comunicado postado no site do Comitê Olímpico Ucraniano.
Os esportistas ucranianos, que solicitaram ao COI a possibilidade de usar braceletes negros em sinal de luto, expressaram suas condolências pela morte de seus compatriotas.
“Acreditamos na sabedoria e na unidade do povo ucraniano. Acreditamos que juntos podemos conservar a paz e achar uma saída para atual situação”, aponta.
Além disso, os atletas prometeram que em Sochi farão “tudo o que foi possível para que a bandeira ucraniana ondeie sobre o pódio olímpico” e que em homenagem a suas vitórias “seja ouvido o hino da Ucrânia”.
Até agora, os esportistas ucranianos só conquistaram uma medalha em Sochi: o bronze de Vita Seremenko no biatlo (7,5 quilômetros).
