Hoje, 13 após a morte de Ayrton Senna, o <b>Virgula</b> relembra a entrevista exclusiva do sobrinho, Bruno Senna. Confira:

<b>Virgula Esportes:</b> Você acha que vai ter muita cobrança pelo peso de seu sobrenome?

<b>Bruno:</b> É algo que já esperava desde que decidi ser piloto. Se eu estivesse no lugar dos outros, talvez pensasse da mesma forma. O que tenho de fazer é procurar construir minha própria identidade e fazer a minha carreira.

<b>VE:</b> Já conversou com alguém da Fórmula 1 para assinar contrato futuramente?

<b>Bruno:</b> Não. Acho que ainda tenho muito a aprender. Mas é uma possibilidade na medida em que eu comece a ter bons resultados.

<b>VE:</b> Se for para Fórmula 1, qual escuderia gostaria de defender?

<b>Bruno:</b> Se fosse para entrar hoje, eu ficaria entre a Renault e a McLaren, que atualmente são as melhores equipes. Mas há várias outras com potencial para vencer corridas e que seriam uma ótima porta de entrada na Fórmula 1.

<b>VE:</b> Qual sua relação com Gerhard Berger?

<b>Bruno:</b> Berger é um antigo amigo da família e vem atuando como um conselheiro na minha carreira. Foi ele quem sugeriu que eu estreasse na Fórmula BMW e conversou com a equipe por onde corri.

<b>VE:</b> Você espera chegar na Fórmula 1 com quantos anos?

<b>Bruno:</b> Se tudo der certo e eu for bem na Fórmula 3 neste ano, a idéia é fazer uma temporada na Fórmula GP2 em 2007. Um ou dois anos depois acredito que estaria pronto para a Fórmula 1.

<b>VE:</b> Você como uma promessa para a F-1, se baseia em Fernando Alonso, que foi o piloto mais jovem a ser campeão mundial na categoria?

<b>Bruno:</b> Procuro ser eu mesmo, mas considero o Alonso um dos grandes pilotos da Fórmula 1. Ele é muito bom nas corridas, especialmente nas disputas por posição.

<b>VE:</b> Acha que alguém da atual temporada da F-1 seria páreo para Ayrton Senna?

<b>Bruno:</b> Como membro da família, talvez eu não seja a opinião mais isenta. Ayrton foi um piloto completo e talvez o mais rápido de todos os tempos. Mas outros foram muito bons em outras áreas. O Michael Schumacher, por exemplo, é um estrategista e tanto, junto com a sua equipe.

<b>VE:</b> Ayrton Senna vai ser sempre o melhor do mundo?

<b>Bruno:</b> É como digo, sou um pouco suspeito para falar, mas os números que ele alcançou o transformam num dos maiores nomes do automobilismo.

<b>VE:</b> Como foi sua primeira corrida? E como percebeu que seria um bom piloto?

<b>Bruno:</b> Tirando o kart, minha primeira corrida foi na Fórmula BMW em Brands Hatch em 2004. Correr as três últimas rodadas duplas do ano foi uma forma de me testar e conferir se eu dava mesmo para o negócio. Acho que fui bem e segui em frente.

<b>VE:</b> Sua família te apóia, mesmo sabendo que o automobilismo já levou um membro da família Senna?

<b>Bruno:</b> O apoio é total. Minha família é muito unida. Minha irmã Bianca é minha empresária e todas as decisões são tomadas depois que todos são ouvidos.

<b>VE:</b> Acha Rubens Barrichello muito submisso?

<b>Bruno:</b> Aparentemente, havia uma hierarquia na Ferrari, à qual ele, como qualquer outro que fosse companheiro do Schumacher, teria de se submeter. Acho que o maior problema dele está sendo este ano, com as dificuldades que vêm enfrentando no duelo com o Jenson Button.

<b>VE:</b> O que você pensa sobre as novas regras da F-1?

<b>Bruno:</b> O novo formato do sistema classificatório é interessante e a volta da troca de pneus foi uma questão de segurança para os pilotos. A redução da tecnologia, que é uma política cada vez mais presente na cabeça dos dirigentes da FIA, pode tornar a categoruia mais competitiva, mas diminui um pouco a importância da Fórmula 1 no desenvolvimento automotivo.

<b>VE:</b> Torce para o Corinthians, como seu tio?

<b>Bruno:</b> Torço, sim. Timão, ê, ô, Timão, ê, ô…

<b>VE:</b> Qual é seu "segundo esporte"?

<b>Bruno:</b> Gosto de snowboard, wakeboard e até já tentei aprender a surfar.


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Bruno Senna fala sobre carreira e sobre o tio