<br>Após 38 rodadas de pouco futebol e muita emoção, o campeonato brasileiro chegou ao fim. O São Paulo ficou com o título, igualando Palmeiras, Corinthians e Flamengo, com quatro títulos e mostrou que é hoje o time a ser batido.
Inter e Santos fizeram jus à confiança depositada em suas equipes e chegaram a fazer sombra ao time tricolor. Carentes de atacantes diferenciados, as equipes não tiveram força para disputar o título, mas garantiram seu lugar na Libertadores do ano que vem e prometem dar trabalho. O Colorado ainda se deu ao luxo de usar as três últimas partidas para arrumar o time para o Mundial de Clubes de Tóquio, que começa no próximo dia 10.
<b>Enquanto isso, dentro do Kinder Ovo…</b>
Grêmio, Paraná, Vasco e Figueirense foram as grandes surpresas do campeonato. O tricolor gaúcho mostrou que a temporada que passou na Segundona lhe fez muito bem. Revigorado, o time de Mano Menezes mostrou muita disciplina e força nos contra-golpes, vencendo quase metade dos jogos que disputou longe de casa.
O tricolor paranaense, do técnico Caio Junior, surpreendeu a todos com a conquista da vaga para a Libertadores. Sem nenhuma estrela, contou com a força de seu conjunto e a ousadia de seu treinador para abraçar a última vaguinha do torneio da Toyota. O Vasco, atordoado nos últimos anos pelas falcatruas de Eurico Miranda, deu a volta por cima e fez um grande campeonato. Renato Gaúcho armou um time leve e ofensivo, que contou com a ótima fase dos meio-campistas Andrade e Morais para terminar numa digna 6ª colocação, enchendo o coração da torcida cruz-maltina de esperanças. O alvi-negro de Florianópolis foi a grande sensação do campeonato. Desacreditado no início, apostou em nomes desconhecidos, como Carlos Alberto, Cícero e Soares e até beliscou a vaga da Libertadores, mas acabou ficando na 7ª colocação.
<b>Que papelão, hein?!</b>
Irreconhecíveis e com campanhas lastimáveis, Palmeiras, Fluminense, Corinthians e São Caetano foram as grandes decepções do torneio. Ameaçados pelo rebaixamento durante a maior parte do campeonato, as equipes estiveram longe de apresentar um futebol à altura de suas tradições e terão muito trabalho para se reestruturarem.
O Azulão, abandonado por Emerson Leão quando ainda fazia boa figura, despencou para as últimas posições e lá permaneceu até seu rebaixamento. O Timão, atual time do treinador, com toda a pompa que lhe foi dada, passou por apuros, chegando a segurar a lanterna por várias rodadas. Suas estrelas argentinas, brigadas com o genioso treinador, bateram asas e abandonaram o time sem ao menos de despedirem. Carlos Alberto foi outro que sentiu o peso das garras de Leão, e foi afastado. Mais uma vez o rojão caiu nas mãos da garotada, que demonstrou a raça e a vontade esquecida pelos craques.
Palmeiras e Fluminense, que se enfrentaram na despedida do campeonato, parecem ter saudades dos tempos de Segunda Divisão. Sem padrão de jogo e vítimas da dança dos treinadores, perderam jogos incríveis e, não fosse a colaboração da decadente Ponte Preta, teriam carimbado seu passaporte para a série B.
<b>De olho neles, Dunga!</b>
Mesmo com a diáspora dos grandes jogadores brasileiros, que mal completam a maioridade e já estão de malas prontas para o futebol europeu, alguns bons jovens talentos deram trabalho no campeonato e se destacaram em suas equipes.
Os goleiros Diego Cavallieri, do Palmeiras, Fábio, do Cruzeiro e Bruno, do Flamengo, saem na frente para suceder a brilhante geração de Dida, Marcos, Rogério Ceni e Júlio César. Ilsinho, o Patinho Feio do Palestra Itália que encontrou a alegria de jogar no Tricolor Paulista, parece ter chegado para matar a saudade da exigente torcida são-paulina, habituada com craques na posição.
O gremista Lucas e Marcelo, lateral esquerdo do Fluminense, já foram negociados. Ambos fizeram belas partidas no torneio, mas se pouparam nas últimas rodadas para não prejudicar sua precoce transação. Cícero e Soares, os garotos de ouro do Figueirense, Zé Roberto, o polivalente meio-campista do Botafogo e Wagner, o pulmão do meio-campo cruzeirense, deram agilidade e criatividade às suas equipes, além de terem feito, juntos, 46 gols.
O ataque foi a posição que mais decepcionou no campeonato. Souza, o artilheiro da competição, marcou 17 gols em 37 partidas, o que dá menos que 0,5 gol/jogo. Com a escassez de matadores, o centroavante do Goiás, o flamenguista Obina e os experientes Tuta, Christian e Schwenck foram os homens mais letais do campeonato.