Em
um jogo quente e muito disputado, a seleção brasileira deu demonstração de
força e derrotou a Itália por 4 a 2 neste sábado (22) na Arena Fonte Nova,
garantindo assim o primeiro lugar no grupo A da Copa das Confederações, além de
manter uma escrita que já dura 31 anos.


Dante, Neymar
e Fred, duas vezes, balançaram as redes para os anfitriões, que
chegaram assim aos nove pontos, fechando sua participação na primeira fase da
competição com 100% de aproveitamento. Giaccherini e Chiellini descontaram para
a Azzurra, também classificada, que ficou com seis pontos.

Com o resultado de hoje, o Brasil mantém a escrita de 31 anos sem perder para o
rival. A última derrota foi o 3 a 2, que selou a Tragédia de Sarriá, na Copa do
Mundo de 1982. Neste ano, as duas seleções disputaram amistoso em Genebra, que
terminou empatado em dois gols.

Na próxima quarta-feira, no Mineirão, em Belo Horizonte, a seleção brasileira
entrará em campo pelas semifinais, contra o segundo colocado do grupo B, que
deverá sair entre Uruguai ou Nigéria. Na quinta-feira é a vez da Itália jogar
contra a líder da outra chave, provavelmente a seleção espanhola, no Castelão,
em Fortaleza.

No outro jogo da rodada pelo grupo A, hoje o México derrotou a seleção
japonesa, no Mineirão, por 2 a 1, e garantiu o terceiro lugar da chave. As duas
seleções entraram eliminadas na rodada, após perderem em seus dois primeiros
compromissos.

Sem temer suspensões ou lesões, Luiz Felipe Scolari veio com o que tinha de
melhor para partida. Paulinho, com lesão no tornozelo esquerdo foi preservado.
Em seu lugar entrou Hernanes. Os pendurados Daniel Alves e Thiago Silva foram
para o jogo, assim como Oscar, considerado pelo técnico o jogador mais desgastado
do elenco.

A seleção italiana, por sua vez, foi para a partida cheia de mudanças para o
jogo. Abate recuperou lugar na lateral direita no lugar de Maggio, e Bonucci ganhau a vaga de Barzagli na zaga. Candreva, Marchisio e Diamanti jogaram nos lugares de
De Rossi, Pirlo e Giaccherini.

Como nos dois primeiros jogos, o Brasil começou com ritmo avassalador. Acuada,
a Itália não conseguia sair jogando e devolvia a bola para os donos da casa
antes de passar da intermediária. Logo no primeiro minuto, após um desses erros,
Hulk arrancou e finalizou da entrada da área, parando em ótima defesa de
Buffon.

Se contra japoneses e mexicanos, o bom momento durou cerca de 20 minutos, os
brasileiros viram o jogo se equilibrar logo, já que os visitantes passaram a
ficar mais tempo com a bola, para frear o ímpeto brasileiro. A seleção
pentacampeã do mundo, com isso, começou a abusar das faltas.


David Luiz
, que recebeu cartão amarelo aos 8 minutos de jogo, pouco depois
dividiu bola com Candreva e sentiu lesão na coxa. Passados oito minutos, o
zagueiro quase não conseguiu alcançar Balotelli na área. O atacante recebeu
cruzamento de Marchisio e acabou travado pelo jogador do Chelsea, finalizando
para fora.

Com dificuldades no toque final no ataque, o Brasil só voltou a ameaçar aos 23
minutos de jogo, quando após uma rápida jogada, com direito a passe de
calcanhar de Fred, Neymar disparou cruzado, mas sem muita precisão, à esquerda
do gol defendido por Buffon.

Em seguida, Cesare Prandelli foi obrigado a mexer em sua equipe, em outro
problema no setor de meio-campo: a lesão de Montolivo. O jogador acabou dando
lugar a Giaccherini, que havia sido titular nos dois primeiros jogos.

Ainda antes dos 30 minutos, o técnico italiano teve mais uma baixa em sua
equipe. Após falta de Neymar – que recebeu cartão amarelo no lance – em Abate,
o lateral teve que deixar o campo, para dar lugar a Maggio.

Como se uma nuvem negra estivesse instalada sobre a Arena Fonte Nova, dois
minutos depois foi a vez de Felipão precisar mexer, já que David Luiz não
resistiu a pancada que sofreu na coxa. Em seu lugar entrou o baiano Dante, para
delírio do torcedor que compareceu em bom público ao estádio.

O defensor, contudo, deu um grande susto nos brasileiros aos 41 do primeiro
tempo, quando furou bisonhamente uma bola lançada na área. Por sorte, Balotelli
não conseguiu dominar e acabou desarmado por Thiago Silva.

Quando a jogo caminhava para o intervalo sem gols, coube ao mesmo Dante se
redimir e balançar as redes. Aos 46 minutos de jogo, Neymar cobrou falta da esquerda,
Fred cabeceou para a defesa de Buffon, e no rebote o zagueiro do Bayern de
Munique
, em posição duvidosa, escorou para abrir o placar.

O segundo tempo começou com o Brasil mais solto no ataque, mas foi a Itália que
conseguiu marcar. Aos 6 minutos do segundo tempo, após lançamento longo,
Balotelli ajeitou de calcanhar para Giaccherini, que arrancou pela direita e
encheu o pé, sem dar chances para Júlio César.

A resposta foi rápida, e só precisou de três minutos para buscar o empate. Após
falta de Maggio em Neymar no lado esquerdo do ataque brasileiro, o próprio
atacante foi para a bola e acertou o ângulo esquerdo de Buffon, recolocando o
Brasil na frente.

O ritmo seguiu forte e em uma reposição errada do goleiro italiano, a seleção
chegou ao terceiro gol aos 21 minutos do segundo tempo. Buffon lançou nos pés
de Marcelo, que descolou lançamento preciso para Fred, que dominou, ajeitou e
fuzilou para o fundo das redes, ampliando o marcador.

Logo após o lance, Felipão chamou Bernard, que segundo o técnico “tem
alegria nas pernas”. O jogador do Atlético Mineiro pôde assim estrear na
Copa das Confederações, ao entrar no lugar de Neymar, efusivamente aplaudido
pelos torcedores.

Não demorou para que a Itália conseguisse descontar, em lance polêmico. Após cobrança
de escanteio de Candreva, houve bate e rebate na área, o árbitro uzbeque
Ravshan Irmatov apitou, a zaga brasileira parou, mas na sobra Chiellini bateu
para marcar. A pressão foi grande pela anulação do gol, que acabou confirmado.

Ao encostar no placar, Prandelli colocou sua equipe mais à frente, com El
Shaarawy
no lugar de Diamanti. Felipão, por sua vez, reforçou a marcação no
meio-campo, com Fernando entrando na vaga de Hulk, nas duas últimas
substituições do jogo.

Totalmente aberto, o jogo seguiu em alta temperatura. Aos 34 minutos, os
italianos quase marcaram, quando, após escanteio cobrado por Candreva, Maggio
apareceu no meio da zaga brasileira e testou com força. Por sorte dos donos da
casa, o lateral acertou o travessão.

Três minutos depois foi a vez de Balotelli ficar perto de empatar. Depois de
cobrança de falta de Candreva, o atacante do Milan, que vinha sendo muito
aplaudido antes do jogo, chutou para fora. A torcida foi ao delírio e
aproveitou para provocar o atacante do Milan.

Os sustos fizeram o Brasil voltar com tudo para o ataque. Após roubada de bola
no meio-campo, Bernard recebeu na esquerda, cruzou para Marcelo que bateu forte
para defesa de Buffon. No rebote, Fred mostrou seu instinto de camisa 9 e
fechou o placar, garantindo a vitória brasileira.


Ficha técnica:.


Itália:
Buffon; Abate (Maggio), Bonucci, Chiellini e De Sciglio; Candreva,
Aquilani, Montolivo (Giaccherini), Marchisio e Diamanti (El Shaarawy);
Balotelli. Técnico: Cesare Prandelli.


Brasil:
Júlio César; Júlio César; Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz
(Dante) e Marcelo; Luiz Gustavo, Hernanes e Oscar; Hulk (Fernando), Neymar
(Bernard) e Fred. Técnico: Luiz Felipe Scolari.


Árbitro:
Ravshan Irmatov (Uzbequistão), auxiliado por seu compatriota
Abduxamidullo Rasulov e por Bakhadyr Kochkarov (Cazaquistão).


Gols:
Giaccherini, Chiellini (Itália); Dante, Neymar e Fred (2) (Brasil).


Cartões amarelos:
Marchisio (Itália); David Luiz, Neymar e Luiz Gustavo
(Brasil).


Estádio:
Fonte Nova, em Salvador.


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Brasil mostra força, derrota Itália e garante 1º lugar do grupo A