A seleção brasileira deu sequência nesta segunda-feira ao começo ruim da nova ‘Era Felipão’ ao não passar de um empate em 1 a 1, obtido nos minutos finais, com a Rússia, em amistoso disputado no estádio Stamford Bridge, em Londres.
Foi o terceiro jogo da volta do técnico campeão do mundo em 2002, e a vitória ainda não aconteceu. Antes, o Brasil já havia perdido por 2 a 1 para a Inglaterra, em fevereiro, e empatado em 2 a 2 com a Itália na última quinta-feira. Fayzulin abriu o placar para os russos, e Fred, aos 44 minutos do segundo tempo, obteve a igualdade.
Líder de sua chave nas Eliminatórias europeias para a Copa do Mundo, a Rússia, por sua vez, chegou a oito jogos de invencibilidade sobre o comando do treinador italiano Fabio Capello, que ainda não sabe o que é perder desde que assumiu o cargo, em julho do ano passado.
Entretanto, a equipe perdeu a chance de vencer os brasileiros pela primeira vez na história, depois de já ter acumulado oito derrotas e outros dois empates.
A partida em Londres foi a última do Brasil com equipe completa antes da convocação para a Copa das Confederações, competição que acontece em junho. Em abril, a equipe enfrentará a Bolívia e o Chile, respectivamente nos dias 6 e 24, mas como não se trata de datas Fifa, Luiz Felipe Scolari terá dificuldades para conseguir a liberação de atletas que atuam fora do país.
Felipão promoveu três mudanças na equipe titular em relação ao empate com a Itália, na última quinta. Recuperado de lesão, Thiago Silva voltou à zaga em lugar de Dante; Marcelo ganhou nova chance na lateral esquerda; e Kaká teve uma oportunidade no meio, em lugar de Hulk, o que fez com a seleção voltasse a jogar com dois atacantes.
Na Rússia, o desfalque mais sentido foi o do meia Igor Denisov, de fora por estar sofrendo com dores musculares. Outros jogadores conhecidos, como o goleiro Akinfeev, também ficaram fora, mas por opção de Capello, que quis fazer alguns testes.
O começo do jogo foi de total pressão russa, e a seleção brasileira, atordoada, segurou como pôde. Logo aos três minutos do primeiro tempo, Ignashevich cobrou falta de longe e Julio César espalmou. Pouco depois, aos nove, em novo lance de bola parada, Kokorin cabeceou para o meio e a zaga se atrapalhou toda, mas ao menos evitou o gol.
A impressão era que o Brasil era a seleção emergente e a Rússia, a tradicional. Aos 12 minutos, agora em cobrança de escanteio, Berezutski cabeceou, Glushakov completou e Hernanes salvou praticamente em cima da linha.
Depois do sufoco, os brasileiros finalmente apareceram com maior perigo no ataque aos 19. David Luiz avançou pela direita e mandou para a área. A bola passou por Fred e Neymar tentou dominar, mas foi atrapalhado por Ignashevich.
Neymar teve nova chance aos 27, acelerando pela esquerda. O atacante entrou na área e bateu por cima, para reclamação de Fred, que estava livre na área.
Cinco minutos depois, foi a vez de Kaká ficar na bronca com o camisa 11. Em contra-ataque, Neymar foi acionado na meia esquerda, prendeu demais e não aproveitou a descida do meia do Real Madrid pela ponta.
Um novo susto para a seleção brasileira aconteceu aos 40. Fayzulin puxou o contragolpe e rolou para Kerzhakov, que devolveu de calcanhar. O meia encheu o pé do bico esquerdo da grande área e encobriu a meta por pouco.
Capello fez logo três alterações no intervalo, enquanto Felipão não mexeu no time. O Brasil passou a atacar um pouco mais, e logo aos cinco minutos Neymar tentou um cruzamento da direita e acabou mandando diretamente para o gol. Gabulov se enrolou todo, mas defendeu.
A seleção passou a ter maior volume de jogo, mas dava pouco trabalho ao goleiro adversário. Aos 18 minutos, após levantamento na direita, Neymar cabeceou para o meio, na marca do pênalti, mas Kaká não conseguiu chutar. Marcelo ainda tentou de pé direito, mas Gabulov segurou sem problemas.
Apagado, Neymar enfim deu em gol com perigo na etapa final, aos 21. O camisa 11 aproveitou sobra na meia direita, ajeitou para o meio e buscou o canto esquerdo. Bem colocado, Gabulov pegou mais uma.
A Rússia quase não passava do meio de campo depois do intervalo, mas, quando passou, abriu o placar, aos 27. Em bate-rebate na área, pelo menos três jogadores tentaram chutar a gol, mas a zaga brasileira se virava para bloquear. Até que Fayzulin bateu com Julio César já caído e estufou a rede.
A partir daí, o jogo se transformou praticamente num ataque contra defesa. Liderada por Hulk, que substituiu Oscar, a seleção foi para cima e quase empatou logo em seguida, aos 29. O atacante do Zenit São Petersburgo, da Rússia, deixou a marcação para trás e passou para Marcelo, que bateu muito perto da trave direita.
Hulk apareceu mais uma vez aos 38, com boa jogada pela esquerda e cruzou. Mesmo marcado, Fred conseguiu finalizar, mas mandou por cima.
A pressão enfim deu resultado aos 44 minutos, novamente com Hulk. O camisa 17 trocou passes até dar ótimo passe para Marcelo, que rolou para o meio. Cumprindo o ofício de centroavante, Fred se colocou à frente dos zagueiros e completou para o gol.
A vitória ainda poderia ter acontecido, aos 46, em lance parecido com o do empate. Hulk tocou da ponta esquerda para o meio, mas desta vez Fred chegou depois dos defensores, e a igualdade foi mantida.