O que era esperado neste domingo em relação a Usain Bolt se confirmou: o fenômeno jamaicano conquistou seu terceiro ouro em Moscou, agora no revezamento 4×100, e chegou a sua décima medalha em Campeonatos Mundiais, uma façanha que o transformou no maior vencedor da história da competição, superando o americano Carl Lewis.
Bolt precisava de três ouros no Mundial de Moscou para superar o “Filho do Vento”. Ganhou a primeira nos 100 metros, no domingo passado, e a segunda nos 200, ontem. Hoje, no dia de encerramento da competição, conquistou o terceiro capitaneando a equipe da Jamaica em uma apertada final na qual não aliviou o ritmo nos últimos metros. Os jamaicanos venceram com tempo de 37s36.
Os Estados Unidos, com Charles Silmon, Michael Rodgers, Rakieem Salaam e Justin Gatlin, estava na frente até a terceira passagem de bastão, mas quando Nickel Ashmeade deu vez a Bolt na quarta e última troca, as duas grandes potências estavam praticamente empatadas.
Os americanos se atrapalharam na hora de Gatlin receber o bastão, e partir daí o “Raio” fez sua parte até cruzar a meta dois metros à frente do rival.
Carl Lewis, velocista e saltador em distância que estendeu seu domínio entre o Mundial de Helsinque 1983 aos Jogos Olímpicos de Atlanta 1996, liderava o quadro de honra dos Mundiais com 10 medalhas (oito de ouro, uma de prata e uma de bronze). Bolt tem agora o mesmo número de pódios e ouros, mas leva vantagem por possuir duas pratas, sem bronzes.
As ausências de Yohan Blake (lesionado) e Asafa Powell (suspenso por doping) enfraqueceram a delegação da Jamaica, mas sua profusão de talentos em velocidade lhe permitiu não lamentar. Nesta Carter (9s87), Kemar Bailey-Cole (9s96) e Nickel Ashmeade (9s99) já haviam corrido abaixo da barreira de dez segundos neste ano.
No revezamento feminino, Shelly-Ann Fraser-Pryce igualou o feito de Bolt em Moscou como líder do quarteto ganhador com novo recorde de um Campeonato Mundial (41s29) e uma incrível vantagem de 1s54 sobre as segundas colocadas, da França (42s73).
Quem ocupava a segunda posição até a última passagem eram as brasileiras, mas uma falha na troca final, entre Franciela Krasucki e Vanda Gomes, fez com que o bastão caísse e a equipe ficasse sem uma prata que estava praticamente garantida.
O bronze ficou com os Estados Unidos, que defendiam o título mas não estavam com suas estrelas Carmelita Jeter e Allyson Felix.