Há 27 anos nascia Usain St. Leo Bolt. Hoje, o velocista é considerado o maior de todos os tempos e acaba de conquistar o tricampeonato mundial dos 200 m rasos e do revezamento 4×100 (nos 100 m rasos ele é “somente” bi). E é nos 100 metros, a prova mais rápida do atletismo, que o jamaicano é mais conhecido, pois nela se consagra o homem mais rápido do planeta.
Também atual detentor dos recordes mundiais, tanto nos 100 quanto nos 200 m rasos, a história era bem diferente até 1986, ano de seu nascimento. Centrando apenas nos 100 metros, o melhor tempo durou 25 anos entre 1968 (9.95, de Jim Hines) até ser quebrado em 1983 (9.93, por Calvin Smith). Depois, em 1987, nova marca (9.93), de Carl Lewis, que viria a quebrar outras duas vezes o recorde.
Até o surgimento de seu compatriota, Asafa Powell, o tempo viria a ser superado por mais três atletas – Leroy Burnell, Donovan Bailey e Maurice Greene (e mais três, Ben Johnson, Tim Montgomery e Justin Gatlin, todos excluídos por doping). Powell quebrou o recorde abaixando um décimo (para 9.77), e igualou outras duas vezes a marca, até conseguir baixá-la, para 9.74.
Então veio Bolt. Pouco tempo antes das Olimpíadas de Pequim, em 2008, conseguiu correr a prova em 9.72. Nos Jogos, fez o incrível tempo de 9.69, sendo o primeiro a correr abaixo dos nove segundos e seis centésimos. Os 9.69 foram igualados por Tyson Gay em setembro de 2009, mas Bolt já havia conseguido um tempo melhor: incríveis 9.58, no Mundial de Berlim, em agosto do mesmo ano.
Abaixar onze centésimos é um feito histórico. É algo quase sobrenatural se visto como os números foram sendo batidos no decorrer dos tempos. A marca é registrada desde o ano de 1912 pela IAAF, a Associação Internacional de Federações de Atletismo, e o tempo que havia conseguido superar a última em maior quantidade de tempo foi entre 1996 e 1999, quando cinco décimos fizeram um novo recordista (Greene quebrou a marca de Bailey).
Se pensarmos no último atleta que bateu o recorde – Asafa Powell – são 16 décimos a menos (sem contar Tyson Gay, que igualou os 9.69 que já eram de Bolt). O número é “uma vida” para atletas de alto rendimento, visto a dificuldade em diminuir tal quantidade.
Catorze décimos é o tempo, em média, de três piscadas de olhos. Você, que acabou de testar o trio de piscadelas, percebeu que é um tempo mínimo e absurdamente difícil de baixar.
Desta forma é simples ver como Usain Bolt ainda pode melhorar seu melhor tempo. Em entrevista recente, revelou que ainda há muito dele por vir.
“Meu objetivo é continuar a vencer medalhas de ouro em meu esporte até as Olimpíadas de 2016. Se eu puder fazer isso e ao longo do caminho continuar a vencer medalhas de ouro e seguir quebrando recordes, então terei provado a mim mesmo o que posso fazer e alcançado tudo o que quis”, disse, um pouco antes antes de embarcar para po Mundial de Moscou.
Bom para nós, brasileiros, que poderemos ver um Bolt sedento por medalhas e recordes nos Jogos de 2016, no Rio de Janeiro.
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