O presidente da Fifa, Joseph Blatter, declarou nesta sexta-feira que considera perigoso tirar pontos ou rebaixar equipes por causa de condutas racistas, principalmente por parte de seus torcedores, já que estas medidas poderiam fazer com que as pessoas provocassem incidentes de forma proposital.
“Podemos frear o racismo diminuindo pontos ou rebaixando as equipes?”, indagou Blatter, que completou: “Isto fará com que os torcedores interrompam a partida intencionalmente. Onde está a finalidade da medida? No futebol há muita paixão”, completou o presidente da Fifa ao falar com jornalistas em Zurique.
Blatter, que já se mostrou partidário de tornar as punições mais rígida para os clubes envolvidos em atos de racismo, assinalou que o Congresso da Fifa, previsto para ser realizado no próximo mês nas Ilhas Mauricio, analisará este problema a pedido do sindicato mundial de jogadores, FIFPro.
“Temos que fazer algo, mas com cautela. O perigo de dizer que as partidas serão interrompidas ou que os clubes vão perder pontos é que isso pode abrir espaço para que grupos de ‘hooligans’ provoquem estes problemas. Por isso, o controle nos estádios será essencial”, declarou Blatter.
O presidente da Fifa, que também se mostrou partidário de adotar medidas disciplinares padrão em todas as associações e ligas do mundo, criticou especialmente a situação vivenciada pelo ex-jogador Simone Farina, que não foi contratado por mais nenhum clube na Itália após denunciar uma tentativa de combinação de resultado.
“Os clubes italianos rejeitaram lhe contratar. Ele denunciou a combinação de resultados no futebol e não querem lhe contratar (…) Que vergonha”, afirmou Blatter, que também indicou que o próximo Congresso da Fifa abordará a continuidade de João Havelange como presidente de honra.
Segundo Blatter, nenhum dos 209 membros da Fifa se mostrou a favor da desvinculação de Havelange, presidente da Fifa entre 1974 e 1998.