Stand Up Paddle inflável
Créditos: Divulgação Mídia Bacana
Eram três horas da tarde em São Paulo e sete horas da manhã no Havaí. O big rider – surfista de ondas grandes – Carlos Burle se “escondeu” na cozinha para não acordar a família e falou com o Vírgula Esporte sobre sua estadia na ilha e sobre seu “novo casamento”, que tem rendido bons frutos e uma vida, no mínimo, invejada.
Nascido no Recife, o pernambucano já conquistou feitos inéditos para o surfe brasileiro e traz consigo experiências indescritíveis. Apaixonado pelo esporte desde moleque, o caso com as ondas grandes começou por volta dos 20 anos. Em 1998, o surfista conquistou o campeonato mundial de ondas grandes na remada, no México, e em 2001 surfou uma onda gigante na Califórnia, a maior do mundo até então, com 22,6 metros, em um local conhecido como Mavericks. Este feito lhe rendeu uma menção no Guinness Book of Records e o título daquela temporada no XXL, o Oscar do surfe em ondas grandes. E quando todo mundo achava que o cara não podia mais superar os limites da natureza, Burle voltou a impressionar ao descer uma onda gigante em Nazaré, Portugual, que pode lhe trazer de volta ao livro dos recordes.
Talvez seja por tudo isso e muito mais – Burle também faz diversos trabalhos sociais -, que aos 46 anos de idade o surfista busca hoje em dia mais aproveitar do que se preocupar com novos títulos. Sendo assim, Carlos iniciou uma parceria com a empresa Supflex e assim surgiu o Stand Up Paddle inflável, desenvolvido para quem curte a modalidade (prancha de surfe com remo onde a pessoa fica em pé), mas não abre mão da comodidade.
“Desde que o Stand Up Paddle retornou à cena eu venho praticando, mas sempre achava difícil viajar com a prancha grande, já que tenho as minhas que também são grandes. Praticava quando tinha oportunidade, mas nunca entrei de cabeça justamente por isso. Agora, com essa (inflável) eu viajo, levo na bolsa, despacho e posso inflar a qualquer momomento”, disse o surfista.
O diretor da Supflex, empresa que criou o SUP inflável, Hudson Chamon, ressaltou as palavras de Burle.
“Nossa ideia era de desenvolver um projeto voltado para o bem estar e qualidade de vida. Isso é muito visto na tribo do surfe. Quando conhecemos o Stand Up vimos que esse esporte transmitia tudo isso e era totalmente acessível a qualquer pessoa em qualquer lugar. Sabíamos que uma grande dificuldade seria o transporte e armazenamento da prancha, aí tivemos essa ideia”, contou Hudson.
Com a visão de que o esporte atenderia uma galera mais família e ligada a natureza, a Supflex não pensou em outra pessoa a não ser Carlos Burle para se vincular à marca e propagar a ideia.
“O Burle representa muito bem isso. Um atleta super respeitado em todo o mundo, conhecido não só no segmento do surfe e que pode desfrutar seus momentos com a família remando nas pranchas Supflex”, explicou o diretor.
“Quando fui abordado pela Supflex eu expliquei pra eles a minha relação com o esporte, que gostava de me distrair e treinar, mas não queria competir, porque tem muito surfista que compete, fazendo travessias etc. Aí casou”, completou o surfista.
Burle teve o primeiro contato com o Stand Up Paddle no Havaí e acredita que o esporte pode alcançar novos públicos com a vertente inflável.
“ O inflável está alcançando muito esse público que não está ligado em performance, que quer se divertir mesmo. Eu mesmo não estou muito preocupado com performance, quero é manter meu ritmo, marco meu tempo nas remadas, meus batimentos cardíacos”, disse o atleta, que garantiu não achar monótono o esporte por estar acostumado com adrenalinas.
“Com o SUP você tem uma percepção da cena do ambiente, é o contato direto com a natureza. Por exemplo, eu estava viajando e o pessoal pegou um barco pra ver um castelo e eu fui de stand up. Eu e minha família vemos o pôr do sol aqui no Havaí e a lua se pondo. Se você tiver uma praticazinha que seja, você não se molha, leva celular, câmera”, apontou o surfista.
Apesar de ter prática no esporte, Carlos dá dicas para quem quer iniciar no Stand Up Paddle, de preferência o inflável, e garante que é fácil.
“A primeira tentativa não deve ser nas ondas, deve ser com águas paradas, com poucos ventos. Você tem que experimentar. Muita gente não começa a fazer porque tem algum receio da relação com o mar, tem medo, não gosta de água, tem trauma, mas ele é muito fácil, sinceramente, você vê até algumas avós e alguns avôs. Começa sentado ou de joelhos e depois se sentir confortável, seguro, fica em pé, tenta quebrar esta primeira barreira”, explicou o surfista, finalizando a entrevista declarando seu amor pelo Rio de Janeiro, onde viveu boa parte da sua vida, e pelo Havaí, onde está morando com a sua família e seus sogros.
“Aqui no Havaí é muito gostoso. Aqui é muito legal, tem vários riozinhos que dá pra praticar o SUP. Agora o Rio de Janeiro também é super bonito, eu adoro o Rio. Na Barra da Tijuca da pra praticar, em Copacana, Barra de Guaratiba. Até na Bahia de Guanabara daria se fosse mais limpo”, concluiu Carlos Burle.
Veja na galeria acima fotos de Carlos Burle praticando o Stand Up Paddle inflável: