Um dos principais nomes do vôlei da atualidade, Jaqueline pode se vangloriar de fazer sucesso fora da quadra. Bicampeã olímpica neste ano, a morena chegou até a estrelar uma campanha ao lado da top model Gisele Bündchen. Mas, quem acha que a aparição da atleta ao lado da modelo foi apenas uma ocasião está enganado. Em entrevista exclusiva ao Virgula Esporte, a ponteira do Sollys/Nestlé revelou que tem ambição de seguir na carreira como modelo ou apresentadora depois da sua aposentadoria do vôlei.

“Tenho sonhos também para depois que parar o vôlei. Quero trabalhar nesta parte da moda, ou ser apresentadora, me comunicar com as pessoas. Aproveito esse rótulo (de musa) que eu tenho e busco outras coisas que sirvam pra mim”, disse a jogadora.

Aliás, Jaqueline é grata a Gisele Bündchen. Segundo a atleta, a campanha que estrelou ao lado da modelo foi fundamental para aprender alguns truques.

“Saber que ela escolheu a minha imagem no voleibol para estar representando a marca foi a realização de um sonho. Ninguém imaginaria ter essa oportunidade que eu tive, aproveitei ao máximo. Ela me deu bastante dicas de como fazer carinhas, eu não tinha noção nenhuma. Ela é demais, uma pessoa supersimples, carismática e merece tudo que está ganhando porque é dessa maneira que o brasileiro gosta ”, afirmou.

Outro assunto abordado por Jaqueline foi sua relação com Murilo. Segundo a atleta, o marido é completamente averso a qualquer cuidado estético.

“Ele não é nada vaidoso, é super na dele, tranquilo. Eu falo ‘amor, põe um creminho, você está ficando velho, cheio de rugas’. Ele fala ‘pelo amor de Deus, sou homem, sou macho’. Fica falando essas coisas que todo homem fala. Mas, eu queria que ele usasse, sim. Já tentei botar alguns cremes de argilas nele, mas quando vou encostar nele, ele já foge. Lógico, ele é do Sul, é gaúcho, eu nem discuto mais”, completou.

Aliás, a relação entre Jaque e Murilo quase foi um ‘problema’ durante as Olimpíadas de Londres. Apesar de ter “sorte” por contar com um marido por perto, a atleta não pôde conviver com ele no começo dos Jogos.

“No início, o Zé Roberto (José Roberto Guimarães) não gostava muito que a gente ficasse perto dos nossos namorados e maridos, porque ele sabia que o objetivo era a busca do ouro nas Olimpíadas. Mas, ao longo do campeonato, ele foi deixando a gente conversar um pouco mais, mas sempre ele com a equipe dele e eu com a minha. Apesar disso, era difícil a gente se ver lá dentro. Ele jogava em um dia, eu jogava no outro, os horários não se batiam”, finalizou.

Nesta entrevista exclusiva, Jaqueline fala sobre a volta por cima do vôlei feminino em busca do ouro, da sua relação com Bernardinho e José Roberto Guimarães, além de seus cuidados para se manter como musa. Leia abaixo a íntegra da entrevista:

Virgula Esporte: Como foi conquistar o bicampeonato Olímpico e fazer história?

Jaqueline Carvalho: Para mim foi muito especial porque foi minha primeira Olimpíada jogando, saindo de titular, tendo oportunidade de jogar uma final. Eu fiquei muito feliz, para mim, foi mais que especial depois de tudo que passei (a atleta teve uma lesão na coluna durante os Jogos Pan-Americanos de 2011), dei a volta por cima e eu acho que mais gratificante que isso é que minha família, todo mundo que estava torcendo pôde estar comigo em Londres. Fiquei muito feliz com tudo isso.

VE: Vocês sentiram que poderia não dar certo?

JC: Lógico, desconfiança sempre tem, não só da nossa parte, como dos torcedores que acompanharam o início das Olimpíadas. Realmente, não foi um início muito fácil, mas quem estava ali dentro sabia que a gente não ia deixar isso acontecer assim. Então, depois que os Estados Unidos nos classificaram, para gente se tornou uma coisa muito mais competitiva. Tanto que no jogo contra a Rússia, por mais difícil que estava, a gente não desistiu em nenhum momento. Lógico, os Estados Unidos estavam invictos no campeonato, eram a equipe mais certinha das Olimpíadas, mas ninguém deixou de acreditar. A gente sabia que podia reverter tudo isso a qualquer momento, então, foi o que a gente fez, na base da superação.

VE: Rolou medo dos EUA entregar o jogo para a Turquia e vocês serem eliminadas ainda na primeira fase?

JC: Lógico, o tempo inteiro. A gente assistiu ponto a ponto para ver se isso ia acontecer. Mas eu acho que elas estavam muito confiantes. Tinham vencido cinco jogos que tinham jogado contra a gente. Elas estavam muito confiantes que iam levar as Olimpíadas este ano. Acho que eles se arrependeram de todo coração em ter nos classificado. Mas já que eles classificaram, nós ganhamos e aproveitamos tudo que eles deram para gente.

VE: A Hooker foi sua companheira aqui. Você chegou a conversar com ela depois da derrota dos Estados Unidos?

JC: Ela estava muito chateada. Então, não deu para gente conversar. Até depois ela achou, que algumas comemorações que a gente fez, foram provocação. De maneira nenhuma era provocação para elas até porque, elas nos ajudaram. Mas eu não tive contato depois. Agora, eu acho que ela está aproveitando a prata, querendo ou não, uma medalha de prata também é uma grande conquista.

VE: Vocês se sentem ofendidas por acharem que a festa de vocês foi provocação?

JC: Isso sempre acontece. Podem falar o que for, ali foi nosso momento de felicidade, momento único. Essas pessoas que criticaram não sabem o que a gente passou para ter vibrado tanto daquela maneira. Eu prefiro nem comentar sobre isso porque não vale a pena. Eu comemorei mesmo, aproveitei, brinquei, pulei, porque aquilo não é todo dia que a gente passa.

VE: Veremos a Jaqueline nas Olimpíadas de 2016?

JC: Olha, ninguém sabe o dia de amanhã. Já tenho 28 anos. Não sei se daqui a quatro anos meu corpo vai responder como agora. Mas eu quero. Quero participar, ainda mais aqui no Brasil. Mas se isso não acontecer, eu vou estar torcendo da mesma maneira. Acho que a nossa vida, a gente nunca pode dizer ‘eu vou fazer aquilo’, porque eu já fiz muitas vezes isso e nunca aconteceu. Eu prefiro que as coisas fluam naturalmente, se eu tiver de estar lá, eu vou estar lá.

VE: Você falou sobre depender do seu corpo. Ele já dá sinais que está chegando a hora de parar?

JC: Não, eu tenho 28 anos só, sou jovem ainda. Lógico que para mulher o esporte acaba muito mais rápido que para o homem. Vejo pelo masculino que vai até os 38. O feminino até os 34. Lá, eu vou estar com 32, então acho que dá.

VE: Você já trabalhou com o Bernardinho e o Zé Roberto. Você consegue apontar as diferenças entre eles?

JC:
O Zé Roberto é muito tranquilo, na dele, mas quando é para pegar no pé, ele pega mesmo, ninguém vê, mas ele pega no pé. O Bernardinho não, ele já extravasa para todo mundo ver, ele não esconde nada, se está com raiva, ele está gritando, mordendo a camisa. Mas, o Bernardinho como pessoa é um amor, um gentleman. Eu não tenho nada o que falar que eu trabalhei com os dois, eu adoro o Bernardo, então sou suspeita para falar quem foi melhor.

VE: Como é seu relacionamento com o Murilo? Como lidar com a distância?

JC: Enquanto a gente está no clube, é super legal porque a gente mora na mesma casa, a gente está junto o tempo inteiro. Lógico, trabalhamos como qualquer outro ser humano, passamos o dia inteiro fora, só nos vemos a noite, fico muito contente quando isso acontece. Mas, quando eu estou na seleção, é super difícil se encontrar, poder estar um pouquinho junto. A gente sempre está lá em Saquarema. Eu diferente das outras meninas tenho ele ali do lado, não tenho do que reclamar, lógico. A distância é infeliz para todo mundo, mas é nossa profissão, é o que a gente quer.

VE: Você falou sobre a sorte que você tem de ter o Murilo ao seu lado. Qual a importância dele estar por perto em Londres?

JC: Foi importante. No início, o Zé Roberto (José Roberto Guimarães) não gostava muito que a gente ficasse perto dos nossos namorados e maridos, porque ele sabia que o objetivo era a busca do ouro nas Olimpíadas. Mas, ao longo do campeonato, ele foi deixando a gente conversar um pouco mais, mas sempre ele com a equipe dele e eu com a minha. Apesar disso, era difícil a gente se ver lá dentro. Ele jogava em um dia, eu jogava no outro, os horários não se batiam. Mas, ele foi superimportante até nos momentos mais difíceis ali, ele foi um dos poucos que acreditava na nossa equipe.

VE: Como você lida com essa fama de ser musa?

JC:
Eu sempre me cuidei desde novinha. Sempre adorei pintar a unha, ajeitar o cabelo direitinho, passar maquiagem. Mas eu não ganhei títulos por causa da minha beleza, não jogo melhor por causa da minha beleza. Tudo que conquistei foi porque eu corri atrás, almejei e consegui. Muita gente fala ‘a Jaqueline só está aparecendo porque é bonitinha’, mas não. É por tudo que eu já conquistei. Adoro quando chega uma pessoa e me convida para fazer um trabalho. Eu adoro fazer, é um trabalho novo que faço extra quadra com maior prazer. Tenho sonhos também para depois que parar o vôlei. Quero trabalhar nesta parte da moda, ou ser apresentadora, me comunicar com as pessoas. Aproveito esse rótulo que tenho e busco outras coisas que sirvam pra mim.

VE: Como foi estrelar uma campanha com a Gisele Bündchen?

JC: Saber que ela escolheu a minha imagem no voleibol para representar a marca foi a realização de um sonho. Ninguém imaginaria ter essa oportunidade que eu tive, aproveitei ao máximo, ainda estou aproveitando. Então, fiquei muito feliz. Eu espero que outras coisas possam acontecer assim porque é muito bacana coisas fora da quadra, fora do vôlei.

VE: Ela te deu algumas dicas?

JC:
Deu bastante. Fazer carinhas assim, eu não tenho noção nenhuma como fazer. Ela é demais, tudo que ela faz, todas as poses que ela faz, a imagem que ela passa. Realmente, é uma pessoa super simples, carismática e merece tudo que está ganhando.

VE: Você faria outro ensaio sensual?

JC: Sim, faria, acho super bonito. Faria ensaio de calcinha e sutiã, mas nada pelada. Acho que precisa ser uma coisa sensual, bonita. Se for, eu faço, não tem problema nenhum. Mas, pelada não dá.

VE: E como é o Murilo em relação a isso? Ele tem ciúme?

JC: Ele sabe que eu gosto. Então, ele fala que se for uma coisa sensual não tem problema, mas, agora, se for uma coisa vulgar, já leva para outro lado. Então, não só por respeito a ele, mas por respeito a minha família também, que é muito religiosa, eu não faria. Mas eu acho super bonito tipo o ensaio que a Sheilla fez para VIP, não é vulgar, é sensual. Tudo que não seja vulgar, vale a pena fazer.

VE: Quais são os seus cuidados fora de quadra?

JC: Estou cuidando do meu cabelo sempre, minha pele, passo creme diariamente, o tempo inteiro, estou sempre me cuidando. Então, eu não tenho restrição não. Quando eu puder me cuidar, eu me cuido mesmo.

VE: E o Murilo? Você tenta cuidar dele? Ele é vaidoso?

JC:
Nada, não é nada vaidoso. Ele é super na dele, tranquilo. Eu falo ‘amor, põe um creminho, você está ficando velho, cheio de rugas’. Ele fala ‘pelo amor de Deus, sou homem, sou macho’. Fica falando essas coisas que todo homem fala. Mas, eu queria que ele usasse, sim. Já tentei botar alguns cremes de argilas nele, mas quando vou encostar nele, ele já foge. Lógico, ele é do Sul, é gaúcho, eu nem discuto mais.

VE: Recentemente, você postou uma foto dele como “Empreguete”. O Murilo é um cara que arruma a casa?

JC:
Nada. De vez em nunca (risos), já vi ele pegando na vassoura em algumas vezes, mas, dificilmente. Por isso, eu tirei aquela foto e postei. Saiu em alguns sites, ele ficou meio chateado comigo, mas a gente tem uma pessoa que faz tudo isso. Então, ele não precisa realmente. Naquela época, eu estava sem ninguém, então, a gente tinha de fazer nosso trabalho, comida, lavar roupa, varrer. Quando eu postei, deu todo aquele babado que todo mundo ficou falando.


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Bicampeã olímpica, Jaqueline mira carreira de modelo e apresentadora após Olimpíadas de 2016