Durante a entrevista coletiva da seleção brasileira, nesta quinta-feira (3), em Johanesburgo, Dunga rebateu as críticas da imprensa feitas após a vitória por 3 a 0 sobre Zimbábue em amistoso.
“…Se vocês observarem a nossa seleção… ou a minha, não é? Porque a seleção é minha, não é de vocês”, disse o técnico da seleção em resposta às críticas recebidas recentemente pela imprensa.
Dunga, que estava acompanhado na coletiva apenas pelo auxiliar-técnico Jorginho, declarou em sua defesa que quando a equipe erra em campo, o culpado é sempre o técnico.
Além disso, lembrou que em outras Copas do Mundo, como a de 1994, as reportagens e críticas dos jornais tinham o mesmo olhar sobre a seleção.
“Não pense que eu tenho alguma coisa contra (jornalistas) não. Cada um tem de fazer seu trabalho. Cada um pergunta o que quer e pode ouvir o que não quer. É uma democracia”, rebateu.
Jorginho, em defesa ao técnico da seleção, pediu para que os profissionais que os criticam peguem o microfone e façam perguntas, tentando conhecer melhor o ponto de vista deles.
“Eu vejo alguns corajosos que sabem fazer perguntas. Mas eu vejo alguns tão críticos que não sabem se expressar. Não quero generalizar. Quando a equipe joga mal, a gente sabe que jogou mal. Mas alguns levam apenas para o lado negativo”, comentou o auxiliar-técnico.
Quando questionado sobre sua atuação como comentarista na Copa de 2006, Dunga declarou que “comentava questões técnicas, dentro de campo, nada mais”, e que “ficava muito no estúdio”.
“Tem de haver uma certa privacidade. Está se criando um espaço enorme (na mídia), mas nem sempre há tantas notícias. Tem-se poucas entrevistas exclusivas, e isso pode magoar alguns”, conta. “Mas a gente tem que fazer o melhor para a seleção brasileira. Para o torcedor sorrir”, acrescentou.
Dunga declarou que, por conta desse tipo de especulação, tem fechado os portões da concentração e deixado de permitir entrevistas exclusivas.
“Pra mim seria ótimo sempre ter treinamentos abertos, com o calor do público, mas as experiências do passado mostraram que é preciso se prevenir”, disse.
O técnico justificou que os treinamentos servem para unir a equipe e trabalhar os defeitos, como “a ansiedade de chegar logo ao gol, o que a gente vai diminuindo”, mas que abrirá as portas no treinamento desta quinta para receber o carinho dos fãs.
“Essa alegria, esse calor, essa coisa apaixonante do torcedor, do povo, pra fazer a festa do futebol, porque essa é a intenção do futebol”, afirmou o treinador.
“Jogador não gosta de treinar. Gosta de jogar, de estádio cheio. Eles treinam porque estão conscientes de que tem que melhorar, mas eles gostam mesmo de jogar”, finalizou.