Com apagão, pênaltis e Victor herói mais uma vez, o Atlético-MG derrotou o Newell’s Old Boys nos pênaltis por 3 a 2, e se garantiu pela primeira vez na final da Taça Libertadores, jogando no estádio Independência, em Belo Horizonte.
Alecsandro, Guilherme e Ronaldinho acertaram as cobranças do Galo, enquanto Scocco e Vergini fizeram para o time de Rosário. Jô e Richarlyson perderam para a equipe do Brasil, mas Casco, Cruzado e Maxi Rodríguez desperdiçaram as chances dos visitantes. Na última cobrança, o camisa 1 atleticano voltou a pegar pênalti, como fez contra o Tijuana, nos minutos derradeiros das quartas de final.
No tempo normal da partida, o time da casa mostrou a habitual força dentro do Horto e “matou” o rival. Os gols de Bernard e Guilherme garantiram a vitória por 2 a 0, devolvendo o placar sofrido na ida, em Rosário.
O segundo gol atleticano saiu após 10 minutos de jogo interrompido devido a uma queda em parte do sistema elétrico do estádio. No primeiro tempo, o jogo também parou, praticamente pelo mesmo período, devido a uma lesão na cabeça do goleiro Guzmán.
Com isso, agora o Galo encara o Olimpia, que ontem selou a classificação para a final mesmo com a derrota sofrida para o Santa Fé, em Bogotá, por 1 a 0. Na ida, o Decano havia vencido em Assunção por 2 a 0. O primeiro jogo acontece na próxima quarta-feira, no Paraguai, e a volta na semana seguinte, em Belo Horizonte.
Até hoje, a melhor campanha do clube das Alterosas na competição continetal acontecera em 1978, quando caiu nas semifinais, que consistia em duas chaves de três times. Neste ano, o Atlético chega à decisão com com sete vitórias, dois empates e apenas uma derrota.
Buscando inédita e histórica classificação para a final continental, o Atlético veio para o jogo com dois problemas: o zagueiro Réver, suspenso e o volante Leandro Donizete, que não se recuperou de contratura muscular na coxa direita. Gilberto Silva foi novamente escalado na defesa e Josué no meio de campo.
No time argentino, o meia Pablo Pérez era o único desfalque, devido ao terceiro cartão amarelo recebido no jogo de ida. Em seu lugar foi escalado o peruano Rinaldo Cruzado. Novidade no duelo da última quarta-feira, Milton Casco voltou a ser escalado na lateral esquerda, com a missão de marcar Ronaldinho Gaúcho.
Quando o apito inicial foi dado, o caldeirão do Independência não demorou a ferver. Foram 2 minutos até que o Atlético recuperou uma bola na intermediária. Ronaldinho Gaúcho dominou e mostrou toda sua classe, dando passe espetacular para Bernard, que invadiu a área e tocou rasteiro por baixo de Guzmán, abrindo o placar.
A pressão do time mineiro seguiu intensa. Aos 6 minutos, Jô arriscou uma bomba de fora da área, mas parou na defesa do goleiro argentino. No minuto seguinte, Marcos Rocha também arriscou um chute de longa distância, mas a bola saiu à direita do gol do Newell’s.
A torcida do Galo voltou a se manifestar aos 20 minutos do primeiro tempo, quando Diego Tardelli foi lançado na área e após dividir com Vergini, acabou caindo. Houve muita reclamação pela marcação de um pênalti, mas o árbitro uruguaio Roberto Silvera mandou o jogo seguir.
Aos 27, Gerardo Martino foi obrigado a fazer sua primeira alteração, quando o zagueiro Heinze sentiu lesão no tornozelo após dividida com Gilberto Silva e acabou substituído por López.
Logo em seguida, um apagão quase acabou em gol dos visitantes. Maxi Rodríguez recebeu na esquerda, fintou Pierre dentro da área e bateu em cima de Victor. Na sequência, a defesa do time mineiro cochilou e quase o meia-atacante se recupera, tocando na bola para o gol. O camisa 1 voltou a aparecer bem para afastar o perigo.
Autor do gol, Bernard quase fez o segundo aos 34 minutos do primeiro tempo. Lançado no lado esquerdo da área, o meia-atacante da seleção brasileira encheu o pé de bate-pronto, mas parou na ótima defesa de Guzmán, que espalmou para fora.
Para desespero dos jogadores, comissão técnica e jogadores do Atlético, aos 38 minutos o jogo acabou sendo paralisado devido a um problema com o goleiro do Newell’s. Após se chocar com Diego Tardelli, Guzmán apresentou sangramento no olho e nariz. A paralisação durou quase nove minutos.
O longo acréscimo dado por Roberto Silvera foi utilizados pelo time mineiro para seguir pressionando. Aos 48, após tabelar com Diego Tardelli, Josué ficou de frente para o gol, mas chutou em cima do goleiro.
Aos 52, em ataque rápido dos atleticanos, Jô foi lançado e caiu após trombar com López. Houve muita reclamação por um pênalti, mas o árbitro uruguaio não marcou nada. Bernard chegou a levar cartão amarelo por reclamação, que o tira do primeiro jogo da final da competição.
No segundo tempo, o Atlético não mostrou o mesmo ímpeto da etapa inicial. E para piorar, o Newell’s se mostrava mais perigo nos contra-ataques. Aos 9 minutos, após lançamento de Figueroa, Casco e Scocco apareceram isolados na frente de Victor. A dupla, no entanto, se enrolou, e o goleiro conseguiu evitar o gol.
Sem conseguir levar perigo como antes, o Atlético tentou se soltar mais, avançando os laterais e apostando nas bolas enfiadas para Jô. Ainda assim, faltava finalizar contra o gol defendido por Guzmán. Aos 31 minutos, Cuca colocou o atacante Luan no lugar do volante Pierre.
Logo em seguida, parte dos refletores do estádio do Independência apagaram, provocando a segunda paralisação no jogo. Dessa vez, foram 10 minutos sem a bola rolar.
Com a energia elétrica, voltou também a vontade do Galo, que passou a se manter mais no campo de ataque. Aos 46 minutos do segundo tempo, Cuca apostou em Guilherme e Alecsandro, nos lugares de Bernard e Diego Tardelli para buscar a vitória.
Dois minutos depois, dos pés de dois jogadores que vieram do banco, quase saiu o segundo do time da casa. Luan arrancou pela esquerda e cruzou para Guilherme, que emendou de primeira, chutando à direita do gol de Guzmán.
O atacante mostrou que estava com muita vontade de fazer o Horto balançar, o que aconteceu aos 50 minutos do segundo tempo. Depois de cobrança de lateral da direita, Guilherme pegou rebote na intermediária e encheu o pé, para o fundo das redes do Newell’s, igualando o placar agregado da semifinal.
Dois minutos após o gol, Ronaldinho Gaúcho tirou o grito de “uh” do enlouquecido torcedor atleticano. Depois de receber na esquerda da área, o meia-atacante se livrou da marcação e bateu forte. A bola desviou na zaga e saiu pela linha de fundo.
Com o 2 a 0, o duelo foi para os pênaltis, situação inédita para o Galo nesta Libertadores. E na decisão, Victor voltou a ser heroi, defendendo a quinta cobrança do Newell’s, que ficou a cargo de Maxi Rodríguez. Alecsandro, Guilherme e Ronaldinho marcaram para o Galo, que venceu por 3 a 2, e fez história na competição continental.
Ficha técnica:
Atlético Mineiro: Victor; Marcos Rocha, Gilberto Silva, Leonardo Silva e Richarlyson; Pierre (Luan), Josué, Ronaldinho e Bernard (Guilherme); Diego Tardelli (Alecsandro) e Jô. Técnico: Cuca.
Newell’s Old Boys: Guzmán; Cáceres (Orzán), Vergini, Heinze (López) e Casco; Mateo, Bernardi, Cruzado, Figueroa (Tonso) e Maxi Rodríguez; Scocco. Técnico: Gerardo Martino.
Árbitro: Roberto Silvera (Uruguai), auxiliado por seus compatriotas Miguel Nievas e Carlos Pastorino.
Gols: Bernard e Guilherme (Atlético).
Cartões amarelos: Pierre, Bernard (Atlético); Cáceres, Casco e Tonso (Newell’s).
Estádio: Independência, em Belo Horizonte.