<b><i>Por Bruno Mendonça</b></i>

Na quinta-feira (12/08), o jornal "Folha de S.Paulo" publicou em seu caderno especial Atenas 2004 uma matéria que me deixou bastante indignado, mas que só me incomodou no início desta
semana.

O texto, escrito por Adalberto Leister Filho, diz que a ala da seleção brasileira feminina de basquete Janeth teria ficado inconformada com a presença do técnico do time masculino, Lula, na Vila Olímpica. Isso porque a seleção masculina fracassou em suas últimas duas oportunidades de obter classificação para a disputa de uma Olimpíada.

No texto fica evidente que ninguém quer se responsabilizar pelo convite feito ao treinador e dirigentes da CBB (Confederação Brasileira de Basquete) e COB (Comitê Olímpico
Brasileiro) se esquivam de tudo quanto é jeito.

Em contra-partida, esta semana recebi um cartão de Irene Wenceslau, a mãe dos famosos irmãos Wenceslau. Para quem não os conhece, trata-se dos dois melhores lutadores de Tae Kon Do do país, Marcel e Márcio Wenceslau, respectivamente os números 1 e 2 do Brasil. Liguei para agradecer o cartão e para minha surpresa fiquei sabendo que faltando menos de uma semana para embarcarem para Atenas (ambos deveriam embarcar no dia 19 de agosto), seu filho Márcio (reserva do irmão Marcel) corria o risco de ficar fora desta Olimpíada por um erro cometido pelo COB.

Para conseguir a passagem para ir a Atenas, Márcio teve que contar com a ajuda do Instituto Possível (entidade que apóia e incentiva o esporte). No entanto ainda não é o suficiente: Márcio ainda precisa de no mínimo 2 mil reais para poder viajar.

Perguntei ao Marcel se esse valor era suficiente, pois se convertidos para a moeda européia não tem o mesmo poder de compra. Ele respondeu, com sua simplicidade, e já acostumado às dificuldades vividas por todo e qualquer atleta brasileiro: "Na verdade esse valor é somente para pagar uma ou outra coisa para o meu irmão. Lá, damos um jeito de arrumar comida e o que mais for necessário para ele".

Numa outra ocasião conversando com a dona Irene, ela havia me revelado que em muitas competições disputadas fora do Brasil, seus filhos chegam a dormir nos ginásios onde acontecem as próprias competições e não raras foram as vezes em que levaram miojo para comer, em conseqüência da falta de recursos.

Bom, acho que não preciso me estender nesse assunto e tenho a certeza de que o leitor já pôde perceber a gravidade que é convidar um treinador que fracassou na missão de classificar
sua equipe para uma Olimpíada para participar passivamente dos Jogos. E o quão mais grave é deixar um atleta com possibilidades técnicas de realizar um sonho, que é seu merecidamente, ficar em casa por causa de 2 mil reais.

Sem mais comentários!

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Atenas por 2 mil reais