No último amistoso antes da estreia na Copa das Confederações, marcada para o próximo sábado, a seleção brasileira deu um bico em duas marcas desfavoráveis ao vencer a França por 3 a 0 em amistoso disputado na Arena do Grêmio neste domingo.

Foram cinco derrotas e dois empates contra seleções campeãs mundiais desde que o Brasil tinha batido uma “grande” pela última vez, em novembro de 2009. Na ocasião, fez 1 a 0 na Inglaterra.

Além disso, a equipe pentacampeã mundial não sabia o que era bater os Bleus desde 1992, quando venceu por 2 a 0 em Paris. Desde então, os franceses haviam acumulado quatro triunfo, dois deles em Copas do Mundo (final de 1998 e quartas de final de 2006), e duas igualdades.

Ainda sem encantar, mas mostrando um futebol melhor que o dos últimos jogos, os comandados de Luiz Felipe Scolari vencerem em Porto Alegre graças aos gols marcados por Oscar, no começo do segundo tempo, Hernanes e Lucas, ambos já nos instantes finais.

O Brasil tem agora seis dias para se preparar para a partida de abertura da Copa das Confederações, contra o Japão, no Estádio Nacional Mané Garricha, em Brasília. Já a França voltará a campo apenas em 14 de agosto, em amistoso contra a Bélgica.

Como já era esperado durante a semana pelo que foi visto dos treinamentos, a única mudança no time em relação ao empate com a Inglaterra no último domingo aconteceu na lateral esquerda. Marcelo, que não estava 100% fisicamente há uma semana, ganhou a vaga de Filipe Luis.

Na França, o atacante Benzema, que era dúvida, foi para o jogo e formou dupla com o jovem Guilavogui, de apenas 22 anos. Além da entrada dos dois, o técnico Didier Deschamps promoveu outras cinco mudanças na equipe que perdeu para o Uruguai por 1 a 0 na última quarta, em Montevidéu.

Com menos de um minuto de jogo, o Brasil teve tudo para abrir o placar, mas Neymar vacilou. Pressionado por Fred, o goleiro Lloris tirou do camisa 9, mas perdeu para o jovem atacante, que preferiu o drible em vez do chute e ficou sem a bola.

O lance deu a falsa impressão de que a seleção anfitriã dominaria. Entretanto, uma finalização de Fred para fora, logo em seguida, foi tudo o que a seleção conseguiu durante muito tempo.

A França atacava mais, mas Julio César não tinha trabalho. O primeiro susto na torcida aconteceu aos 14 minutos, quando, após cobrança de falta da esquerda, Guilavogui cabeceou para o chão e tirou tinta da trave.

Aos poucos, o Brasil foi se tornando dono da bola, chegando a ter mais de 60% de posse. Mas, assim como Julio César, Lloris pouco sujava o uniforme. Em um lance de pressão dos donos da casa, aos 27, Neymar pegou sobra de escanteio na meia-lua, mas carimbou a marcação.

Sumido no jogo até então, Fred apareceu bem aos 41 minutos. O centroavante aproveitou cruzamento da direita e subiu bem para o cabeceio, mas encobriu o gol. Três minutos depois, Marcelo bateu rasteiro e Neymar por pouco não alcançou, mas a arbitragem já anulava a jogada apontando impedimento justamente de Fred.

A segunda etapa começou com boas jogadas das duas seleções. Com um minuto, Fred rolou na direita até Hulk, que acertou o lado de fora da rede; logo em seguida, Cabaye chutou de longe e viu a bola passar perto da trave esquerda.

Pegando a defesa francesa de surpresa, a seleção fez 1 a 0 aos oito minutos. Luiz Gustavo fez o desarme sobre Giroud no meio de campo e tocou para Fred. O jogador do Fluminense acelerou pela esquerda, entrou na área e rolou para Oscar, que dominou tirando da marcação e bateu rasteiro na saída do goleiro.

O segundo gol por pouco não aconteceu já aos 10. Hulk cruzou rasteiro da direita, Oscar apareceu entre os zagueiros e desviou de leve murando o canto direito. A bola saiu por centímetros.

Com dificuldades para se impor em um primeiro momento, a equipe da casa foi permitindo que os Bleus ganhassem campo e incomodassem. Aos 16, Benzema cabeceou depois de levantamento da direita e mandou para fora.

Se mais uma vez Fred não se destacou por pegar muito na bola, mas uma vez mostrou faro de gol. Em uma de suas últimas participações antes de ser substituído por , aos 21, ele matou no peito e finalizou com rapidez. Lloris rebateu com dificuldades e ainda teve que parar Neymar no rebote.

Os treinadores então mexeram bastante nos times, e o ritmo do amistoso foi lento por algum tempo. A França atacava mais, mas esbarrava nos próprios erros e também na defesa adversária, que marcava bem.

E foi em um lance de ataque dos Bleus que saiu o segundo gol do jogo… A favor do Brasil, que enfim se soltou. Num escanteio para os franceses, aos 39 minutos, Paulinho puxou o contra-ataque, Lucas levantou para a área e Neymar ajeitou para Hernanes. De pé esquerdo, o jogador da Lazio acertou o cantinho.

O gol representou a volta por cima de Hernanes. Em fevereiro de 2011, em jogo disputado contra a França em Saint-Denis, o meia acertou um pontapé em Benzema, foi expulso e nunca mais foi convocado por Mano Menzes, retornando à seleção apenas com Felipão.

Ainda houve tempo para o terceiro. Aos 46, Marcelo fez a infiltração da esquerda para o meio e foi derrubado na área. Sem Fred nem Neymar, Lucas cobrou o pênalti com extrema categoria, no canto esquerdo, e fechou a conta.

Ficha técnica:.

Brasil: Julio César, Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz e Marcelo; Luiz Gustavo (Hernanes), Paulinho e Oscar (Fernando); Neymar (Bernard), Hulk (Lucas) e Fred (Jô). Técnico: Luiz Felipe Scolari.

França: Lloris; Debuchy, Rami, Sakho e Mathieu; Matuidi (Granier), Cabaye (Gomis), Payet e Valbuena (Lacazette); Guilavogui e Benzema (Giroud). Técnico: Didier Deschamps.

Árbitro: Víctor Carrillo (Peru), auxiliado pelos compatriotas Jony Bosio e César Zambrano.

Cartão amarelo: David Luiz (Brasil).

Gols: Oscar, Hernanes e Lucas (Brasil).

Estádio: Arena do Grêmio, em Porto Alegre.


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Até que enfim! Brasil vence França e quebra jejum de vitórias sobre 'grandes'

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