Revelado nas categorias de base do Santos e responsável por marcar o gol que deu ao Peixe o título paulista de 2007, contra o São Caetano, o atacante Junior Moraes, um dos artilheiros do Campeonato Ucraniano, com 15 gols, viveu um momento de tensão no último sábado (03). A caminho de Simferopol, na Ucrânia, o jogador teve que cruzar a fronteira da Crimeia, palco de uma crise diplomática vivida desde que a península deixou o território da Ucrânia para ser anexada à Rússia.
“Tivemos que encarar 10 horas de viagem de ônibus, pois na Crimeia não entra avião. Assim, nem conseguimos treinar antes do jogo. Passar na fronteira e ver aqueles caras encapuzados e olhando para nós daquela maneira, deu medo”, relatou o atacante, que recentemente deixou claro que gostaria de sair do país (clique aqui e relembre).
O jogo terminou com vitória dos visitantes por 1 a 0 contra o Tavriya Simferopol, no estádio Lokomotiv, em partida válida pela 26ª rodada do Campeonato Ucraniano. Sobre a partida, que deixou o Metallurg com 40 pontos e na sétima posição, o brasileiro contou as dificuldades e manteve o sonho de disputar uma competição europeia.
“Foi um jogo complicado mais mesmo pelo cansaço da viagem do que por outra coisa. No primeiro tempo, o time estava um pouco travado, mas, no segundo, melhorou e conseguimos fazer o gol da vitória que foi importante. Faltando apenas duas rodadas, ainda estamos na briga por uma vaga na Liga Europa,” finalizou.
Há quase três anos jogando na Ucrânia, além das passagens por CSKA Sofia, da Bulgária, e Gloria, da Romênia, Moraes ainda terá que disputar outros jogos na Crimeia. Isso porque, em março deste ano, um referendo local decidiu que a região deixaria de ser parte da Ucrânia e aprovou a adesão à Rússia. Porém, a mudança não foi reconhecida pelo governo ucraniano nem pelos países do Ocidente. Com este desfecho, os times da Crimeia continuam disputando o campeonato nacional da Ucrânia.
Além de Junior Moraes, o futebol ucraniano está recheado de brasileiros, como Diego Souza, Taison, Cleiton Xavier, Luiz Adriano, Ismaily, Douglas Costa, Fred, Wellington Nem, Ilsinho, Alex Teixeira e Bernard, que durante sua última apresentação à Seleção Brasileira deixou claro seu descontentamento e preocupação com a situação vivida no país devido aos protestos.
