O Bayern de Munique foi derrotado pela primeira vez após 23 partidas e viu quebrada uma sequência de 11 vitórias ao ser derrotado por 2 a 0 pelo Arsenal nesta quarta-feira, na Allianz Arena, mas mesmo assim se classificou para as quartas de final da Liga dos Campeões.
Desde o dia 28 de outubro, quando foi batido pelo Bayer Leverkusen também em casa, o Bayern não sabia o que é perder. No entanto, a vitória por 3 a 1 em Londres, há três semanas, permitiu que time bávaro se colocasse entre os oito melhores da Europa pela segunda temporada consecutiva. Na última temporada, a equipe foi vice-campeã.
A missão dos ‘Gunners’ não era das mais fáceis, já que o adversário, depois de 83 partidas, nunca havia perdido na Allianz Arena por mais de um gol de diferença. Precisando fazer três, os londrinos até começaram bem a missão, abrindo o placar logo aos dois minutos, com Giroud. Koscielny fez o segundo e deu cerca de dez minutos de emoção ao confronto, mas a reação parou por aí.
O Bayern aguarda agora o sorteio da próxima sexta-feira para conhecer o adversário nas quartas de final. Por sua vez, o Arsenal caminha para a oitava temporada sem títulos, já que tem pela frente apenas o Campeonato Inglês, em que está em quinto lugar, a 26 pontos do líder Manchester United.
Além disso, pela primeira vez em 17 anos, a Inglaterra ficou sem representantes nas quartas de final do principal torneio entre clubes da Europa.
O técnico da equipe de Munique, Jupp Heynckes, teve três desfalques importantes. O zagueiro Boateng e o volante Schweinsteiger cumprirão suspensão, enquanto o meia Ribery está machucado. Van Buyten, Luiz Gustavo e Kross foram os respectivos substitutos.
No Arsenal, Wenger surpreendeu ao sacar o goleiro Szczesny e substitui-lo, que segundo o treinador está “mentalmente cansado”, por Fabianski. O meia Jack Wilshere, fora por três semanas, deu lugar a Rosicky.
Quem esperava uma partida morna e uma classificação dos donos da casa sem grandes emoções foi surpreendido logo aos dois minutos do primeiro tempo. Rosicky rolou para a direita até Walcott, que chutou cruzado. Giroud apareceu por trás da zaga na segunda trave e completou para a rede.
Atordoado em um primeiro momento, o Bayern tentou reagir rapidamente e teve boa chance aos dez minutos. Depois da cobrança de escanteio, Luiz Gustavo ficou com a sobra na entrada da área e chutou à direita da meta.
A resposta dos ‘Gunners’ foi praticamente imediata e aconteceu um minuto depois. Cazorla bateu falta fechada da intermediária e Mertesacker não alcançou por centímetros.
O Arsenal mantinha a marcação avançada, mas a equipe de Munique conseguia trocar passes e administrar o resultado. Em uma dessas trocas, Kroos recebeu na entrada da área, com certa liberdade, mas finalizou sem força e facilitou o trabalho de Fabianski.
Depois de alguns minutos sem lances de perigo, o time alemão esboçou uma pressão depois do chute de Kroos. Aos 29, Robben cruzou da direita, a zaga afastou apenas parcialmente e a bola ficou com Müller, que encheu o pé e mandou para fora.
Os protagonistas do primeiro gol dos ingleses voltaram a aparecer aos 31. Rosicky mais uma vez adiantou para o Walcott, que desta vez levantou com mais altura para Giroud. O centroavante errou o domínio e não conseguiu concluir.
Além de não conseguir terem a bola nos pés por muito tempo, os ‘Gunners’ mostravam lentidão nas saídas para o ataque, principalmente quando Rosicky aparecia. Mais rápidos, Walcott e Cazorla estavam bem marcados.
O segundo tempo começou com o susto para os visitantes, que deram bobeira e permitiram que Robben arrancasse no contra-ataque. O holandês arrancou pela direita e bateu rasteiro, tirando tinta da trave esquerda.
Bastante acionado, Giroud foi lançado de muito longe aos nove minutos e até dominou, mas optou por um chute de primeira, sem deixar cair, e errou o alvo por muito.
O tempo ia passando, e a necessidade de marcar mais dois gols fazer com que o Arsenal ficasse mais exposto, prato cheio para o bom contra-ataque dos donos da casa. Aos 18, Lahm foi responsável para levar o time para frente e tocar para Luiz Gustavo, que arrematou colocado, perto do canto direito.
Pouco depois, aos 22, Fabianski fez valer a aposta de Wenger nele. Müller colocou Robben na cara do gol com um passe de calcanhar e, de bico, o camisa 10 obrigou o goleiro a fazer grande intervenção.
O treinador dos ingleses colocou o time mais para frente, colocando Oxlade-Chamberlain e Gervinho na partida. As alterações surtiram efeito, já que os ‘Gunners’ passaram a ter maior volume de jogo a incomodar mais o goleiro adversário.
Aos 33, Gervinho recebeu de Cazorla, fez belo giro para cima da marcação e chutou colocado, buscando o canto. Mansamente, a bola foi pela linha de fundo.
O gol que deu emoção à parte final do duelo aconteceu aos 39. Cazorla cobrou escanteio da direita, a defesa alemã deu bobeira e Koscielny, sozinho, cabeceou para o gol.
A emoção, contudo, se deu mais pelo placar que pelas jogadas do Arsenal em si. A equipe visitante só teve mais um lance de certo perigo, aos 44, quando Arteta bateu falta de longe e mandou para a área. Para alívio dos mandantes, Mertersacker sequer fez o domínio.
