<br>Quando um jogador de futebol profissional pendura as chuteiras, larga o gramado e tira o futebol da sua vida. Isso pode ser o inicio de uma decadência financeira e até moral. Muitos são os nomes da modalidade que ao largarem o campo acabaram tendo problemas com alcoolismo e até com drogas. Mané Garrincha, Casagrande, Maradona, Paulo César Caju e, mais recentemente, Jardel são alguns exemplos.

Essa decadência dos atletas acaba existindo por uma série de motivos, uma parte por falta de estrutura psicológica dos jogadores, que acabam não conseguindo lidar com o ostracismo. Outro motivo que colabora para o fato é a ausência de uma liga oficial de veteranos. Uma espécie de torneio de Masters, fato que é comum em países como Alemanha, Áustria, Itália e Espanha. Esse último foi o local onde o meia Djalminha, ex-jogador de Palmeiras e La Coruña, disputou um campeonato nacional de veteranos.

“Estive lá ano passado para disputar o campeonato de Masters, e defendi a camisa do La Coruña. Clube no qual joguei de 1997 a 2002 e 2003 e 2004. Isso é importante, pois movimenta os veteranos e resgata a história do futebol”, afirmou Djalminha.

O habilidoso jogador acha que a falta de um torneio oficial de Masters no Brasil é prejudicial. “É ruim porque acaba fazendo a história desses grandes jogadores ser esquecida. Mas estamos tentando mudar isso com o Showbol” revela o carioca, ao citar a modalidade que trouxe de volta ao Brasil e que envolve partidas de veteranos em um campo de society, no qual a bola nunca sai de campo.

“Com o Brasileiro de Showbol que está sendo disputado esse ano, trouxemos vários veteranos ao futebol novamente. Como Palhinha, Ronaldão, Taffarel, Paulo Sérgio, Mauro Galvão e Paulo Nunes”, diz o jogador que defende o Flamengo ao lado de Zé Carlos, Aldair, André Cruz.

Outra alternativa para reviver os momentos áureos dos ex-jogadores é feita por Wagninho, ex-jogador e coordenador do departamento de Masters do Corinthians. “Realizamos jogos e apresentações por cidade brasileiras com a equipe de veteranos que tem nomes como Biro-Biro, Vladimir, Zenon, Dinei, João Paulo, Ezequiel, Nilson e Ataliba, todos ex-jogadores do clube”, conta.

Além das apresentações em campo, o departamento corintiano visa resgatar a história recente. “Além dos jogos, promovemos a exibição de filmes com as campanhas do time desde 1970 e contamos com acervo de documentos e fichas completas de todos os ex-jogadores", afirma Wagninho.

"O departamento também organiza palestras e seminários e realiza outras atividades sociais que têm como objetivo manter viva a história corintiana”, complementa.

Para o coordenador, já passou da hora de existir um campeonato para veteranos organizado pela CBF. “Os jogadores estão por ai, é fácil achá-los e reuni-los em times. Veja o exemplo do Showbol. O que falta é vontade da confederação de apoiar essa iniciativa”, encerra.


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Aposentadoria pode causar a decadência de um jogador