Tendo deixado o futebol em 2011, Gary Neville é um dos ídolos do Manchester United. O ex-lateral que também jogou duas Copas do Mundo pela Inglaterra é, hoje, comentarista de futebol na televisão. Em crônica redigida pelo próprio e divulgada pelo site do jornal inglês Daily Mail neste domingo (24), Neville falou sobre sua sempre implicância com a arbitragem e como era injusto com os juízes em seus tempos de jogador.
“Eu era um pé no saco para os juízes quando era jogador. Eu era o mais irritante e insensato jogador que existia. Continuamente ficava em cima deles durante a partida, sempre apelando para cada decisão que tomavam e sempre tentando afetá-los”, comenta, logo no início do “desabafo”.
Atleta durante 19 anos dos Red Devils, Gary conquistou diversos títulos com o clube, como 10 Premier Leagues e duas Ligas dos Campeões, entre outros. Para ele, na época suas atitudes valiam à pena.
“Tínhamos a mentalidade de que influenciar os árbitros era parte do jogo. Eu reclamava de toda e qualquer decisão dada contra o meu time e dava a impressão de que eu nunca pensava que eles faziam a coisa certa”, completou.
Penduradas as chuteiras, o ex-atleta revelou que só quando começou a ver o jogo “de cima”, já que comenta partidas na televisão, percebeu o quão injusto era com os profissionais do apito, que têm bem menos tempo de reação do que quem somente comenta.
“Quando você está lá (comentando), tem cerca de dez segundo para chegar a uma conclusão. Podem dizer que estou bem mais longe da ação que o juiz, mas você rapidamente tem que aprender os truques de ser comentarista, ganhando tempo e esperando outro replay do lance”, explicou, completando: “Mesmo depois de uma terceira cisão sobre o lance, você pode acabar pensando: ‘Você pode ver o por que essa foi difícil para o juiz”.