Não se trata de um jogo de Copa do Mundo. Nem mesmo uma
decisão de mundial em um estádio para mais de 100 mil pessoas. Porém, o duelo entre
Brasil e Uruguai na tarde desta quarta-feira (26), no Mineirão, em Belo
Horizonte, válido pela semifinal da Copa das Confederações, possui uma mística histórica, envolvendo grandes tabus e algumas
semelhanças com a decisão de 1950, no Maracanã, no Rio de Janeiro.

Conhecido como Maracanazo, por conta da vitória dos
uruguaios, de virada, por 2 a 1, o histórico encontro entre Uruguai e Brasil,
que rendeu o segundo título mundial à Celeste, foi a última dos
vizinhos em território brasileiro. Após a decisão de 1950, as duas seleções
voltaram a se enfrentar no país em mais seis jogos oficiais e os brasileiros estão invictos até então. Entre partidas pelas
Eliminatórias sul-americanas para Copas do Mundo e também pela Copa América, foram três vitórias do
Brasil e três empates.

Antes do Maracanazo, porém, a freguesia era inversa. Em
dois jogos disputados no Brasil, a seleção uruguaia derrotou os brasileiros nas
duas oportunidades, ambas válidas pela extinta Copa Rio Branco. Em março de
1940, em São Januário, e em maio de 1950, no Pacaembu, a Celeste superou os
donos da casa por 4 a 3.

Veja abaixo a lista dos seis jogos contra o Uruguai realizados
no Brasil:

04/11/1983 – Brasil 1 x 1 Uruguai – Copa América (Salvador)

16/07/1989 – Brasil 1 x 0 Uruguai – Copa América (Rio de Janeiro)

19/09/1993 – Brasil 2 x 0 Uruguai – Eliminatórias (Rio de Janeiro)

28/06/2000 – Brasil 1 x 1 Uruguai – Eliminatórias (Rio de Janeiro)

19/11/2003 – Brasil 3 x 3 Uruguai – Eliminatórias (Curitiba)

21/11/2007 – Brasil 2 x 1 Uruguai – Eliminatórias (São Paulo)

Além do tabu nos clássicos entre Brasil e Uruguai, algumas semelhanças entre o duelo de 1950 e o jogo desta quarta-feira fazem com que os uruguaios sonhem com um novo Maracanazo, só que desta vez em Minas Gerais.

Em 1950, o Brasil derrotou a seleção do México, assim como na Copa das Confederações deste ano. Há quase 63 anos, a vitória foi por 4 a 0 (gols de Ademir, duas vezes, Jair e Baltazar), no Maracanã, e aconteceu na estreia do torneio. Já nesse ano, em Fortaleza, o Brasil venceu por 2 a 0, gols de Neymar e Jô, na segunda rodada da competição.

Do outro lado, os uruguaios também enfrentaram a Espanha, como aconteceu esse ano. Em 1950, os campeões mundiais empataram em 2 a 2 com a Fúria. Enquanto que, na Copa das Confederações, os espanhóis derrotaram os orientales por 2 a 1.

O cenário atual também lembra muito o vivido em 1950 antes da decisão no Maracanã. Após se classificar na primeira posição do Grupo A, assim como na Copa das Confederações, o Brasil aplicou duas goleadas, contra Suécia e Espanha, e chegou ao jogo final contra o Uruguai como favorito. No entanto, a Celeste, por conta da desistência de Turquia e Escócia, realizou apenas uma partida na primeira na primeira fase do mundial (8 a 0 na Bolívia) e se classificou tranquilamente.

Para quem não se lembra, o título foi decidido em um quadrangular final (segunda fase), que contou com os rivais de hoje, além de Espanha e Suécia jogando todos contra todos.

É verdade que o favoritismo atual é bem menor que o de 1950, assim como a capacidade do Mineirão, que se comparada ao Maracanã de 63 anos atrás, não chega a um terço de torcedores que estiveram no palco carioca no dia da decisão.

Porém, não é possível em um duelo de tanta história deixar tais fatos de lado e assimilar um favoritismo absoluto por parte da Seleção Brasileira.

Ficha técnica da final da Copa de 1950 e do jogo
desta quarta:

Copa do Mundo – 16/7 – Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro

Brasil 1×2 Uruguai

Brasil: Barbosa; Augusto, Juvenal; Bauer, Danilo, Bigode;
Friaça, Zizinho, Ademir, Jair, Chico.

Técnico: Flávio Costa.

Uruguai: Máspoli; Matias Gonzáles, Tejera; Gambetta, Obdulio
Varela, Rodriguez Andrade; Ghiggia, Perez, Miguez, Schiaffino, Morán.

Técnico: Juan Lopez.

Árbitro: George Reader (ING).


Assistentes:
Ellis (ING) e Mitchell (ESC).


Público:
174 mil pessoas (número oficial da Fifa)


Gols:
Friaça (BRA), aos 2, Schiaffino (URU), aos 21 e Ghiggia (URU), aos 34
minutos do 2º tempo.

Copa das Confederações – 26/6/13 – Estádio do Mineirão, em BH

Brasil x Uruguai

Brasil: Julio César, Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz
e Marcelo; Luiz Gustavo, Paulinho e Oscar; Hulk, Neymar e Fred.

Uruguai: Muslera; Maxi Pereira, Lugano, Godín e Cáceres;
Arévalo Rios, Álvaro González e Cristian Rodriguez; Forlán, Suárez e Cavani.

Árbitro: Enrique Osses (Chile)

Assistentes: Carlos Atroza e Sergio Román (ambos do Chile)


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Após quase 63 anos, veja semelhanças entre jogos de Brasil e Uruguai de 1950 e 2013