A Prefeitura de Bogotá cancelou nesta terça-feira (24) a partida entre Millonarios e Nacional de Medellín, pela 11ª rodada do Campeonato Colombiano, após o assassinato de dois torcedores na segunda-feira (23), que se somam ao do pai de um torcedor do Independiente Santa Fé na última sexta (20).
“Não há futebol hoje, estamos de luto. Não podemos continuar enquanto nossos filhos morrem, nossos pais morrem, por uma camisa”, disse o secretário do Governo de Bogotá, Guillermo Alfonso Jaramillo, após uma reunião de urgência na Prefeitura.
Jaramillo informou que o próprio prefeito de Bogotá, Gustavo Petro, se reunirá ainda nesta terça com representantes das torcidas organizadas dessas equipes para tratar o problema, já que o ocorrido é “algo fora de qualquer contexto”.
A Prefeitura tomou a decisão após o assassinato, na segunda-feira, de Carlos Andrés Medellín, um jovem de 20 anos torcedor de Nacional que foi apunhalado em um bairro do sul de Bogotá enquanto esperava um ônibus de Transmilenio, o sistema em massa de transporte da capital.
Em outra briga registrada na noite da segunda-feira entre torcedores do Millonarios e do Nacional na região de Suba, no norte de Bogotá, Carlos Javier Rodríguez, de 22 anos e torcedor da equipe de Medellín, ficou gravemente ferido e morreu horas depois no hospital.
Na última sexta-feira, outro torcedor do Millonarios assassinou, com uma punhalada no coração, Pedro Contreras, um militar aposentado de 66 anos que tentava defender seu filho, torcedor do Santa Fé, das agressões de um grupo rival.
“Vestir uma camisa de qualquer equipe se tornou um risco enorme. Estamos em uma sociedade totalmente doente”, criticou o comandante da Polícia Metropolitana de Bogotá, general Luis Eduardo Martínez.
Martínez disse ainda que a Polícia está preparada para situações que podem acontecer nas próximas horas, já que as torcidas organizadas dos dois clubes estão marcando conflitos através das redes sociais.
Após o anúncio da Prefeitura de cancelar o jogo, o presidente da Divisão Maior do Futebol Profissional (Dimayor), responsável pelo Campeonato Colombiano, Ramón Jesurum, apoiou a medida.
“É uma decisão absolutamente compreensível diante da preocupação de toda a sociedade. Estamos vendo um problema de intolerância muito grave. Essa intolerância e essa violência de vândalos disfarçados com camisas de futebol não podem continuar”, declarou Jesurum à emissora Caracol Radio.