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O sucesso inesperado de dois times do ABC surpreendeu o país nos últimos anos. O São Caetano chegou a desbancar grandes clubes indo duas vezes à final do Brasileiro (em 2000 e 2001) e conquistando o vice da Libertadores (2002). O Santo André chegou ao título da Copa do Brasil de 2004, em pleno Maracanã, vencendo o time de maior torcida do Brasil, o Flamengo.

Nos últimos anos, em vez de crescimento, foi a decadência que passou a rondar essas equipes. Hoje, a situação não é das mais animadoras. Os dois times se encontram na Série B do Campeonato Nacional. O Santo André disputou a Séria A2 do Paulista, enquanto o Azulão por pouco não foi rebaixado no Paulista deste ano.

Contando com apoio total da prefeitura e com ajuda financeira das Casas Bahia, o São Caetano conseguiu manter o bom nível por alguns anos, e até conquistou seu primeiro título Paulista em 2004.

“Era necessário aproveitar esse momento e desenvolver um projeto que desse autonomia ao clube”, disse Jair Picerni, técnico do Azulão na época do auge. “Era fundamental aproximar o clube da população local, melhorar a infra-estrutura e investir pesado nas categorias de base”.

Mesmo com a vitória da situação na eleição de 2004, o apoio municipal terminou junto com a morte do ex-prefeito Luiz Tortorello, no final do mesmo ano. O São Caetano não estava preparado para seguir vida com seus próprios passos.

Sem o mesmo investimento financeiro, o Santo André sempre procurou nas categorias de base a saída para realizar boas campanhas. O time campeão da Copa Brasil contava com vários jogadores experientes, mas alguns atletas campeões da Copa São Paulo de Juniores em 2003 faziam parte do elenco, como o zagueiro Alex e o meia Richarlyson.

Com a base do time tendo seus próprios direitos federativos, o Santo André não conseguiu competir com o assédio dos grandes times, que também levaram os pratas da casa.

Sergio Prado, diretor de Futebol do clube, lamenta o fato de perder seus principais jogadores. “Eram salários muito além da possibilidade no momento do Santo André.” Sem peças de reposição à altura, a equipe acabou rebaixada para a Série A2 do Paulista em 2007, mesmo ano em que o time quase caiu para a terceira divisão do Nacional.

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Após sucesso inesperado, futebol do ABC vive decadência

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