<br>“É o pior momento que já passei, nunca vivi nada igual”, disse o zagueiro Betão. Com o mesmo jeito educado de sempre, mas nesta segunda-feira com a voz rouca de quem chorou e dormiu pouco, ele atendeu ao telefonema do Portal Virgula. O jogador que, após o empate com o Grêmio, aos prantos, teve de sair de campo amparado pelo médico do clube Paulo Faria, disse não fazer idéia do que pode acontecer agora com o grupo rebaixado para a Série B. “São menos de 24 horas após o jogo, não sei o que pensar, não sei ainda o que vou fazer da vida”, desabafou.

O Virgula também falou com o maior ídolo da Fiel, o goleiro Felipe. Ou melhor, tentou falar. O telefone chamou sete vezes antes de ele atender. Quando atendeu, também rouco e com a voz muito triste, foi logo dizendo: "Desculpa, mas não tenho como conversar agora… por favor, me entende. Me desculpa mesmo, mas não dá, não dá…" E desligou.

Betão já recebeu propostas do exterior e estaria nos planos do São Paulo em 2008. “Mas não há nada acertado. O jeito agora é esperar. Sei que tenho contrato até o dia 31 e vou sentar com a diretoria para conversar”, contou. Se depender apenas dele, continua no Corinthians, mas talvez não seja possível. “Para alguns dirigentes, a eliminação pode desvalorizar os atletas. Não sei se é isso que vai ocorrer, mas pode acontecer”, afirmou. “Algumas pessoas analisam o futebol apenas por um resultado, e não pelo seu histórico ou por desempenhos passados”, lamentou o tão criticado defensor corintiano.

Em 2006, foi afastado da equipe após ser “perseguido” pela torcida, que o considerava o principal responsável pela eliminação na Taça Libertadores, contra o River Plate. Em um jogo do Paulista de 2006, chorou em campo dizendo que “é como se meu pai estivesse me mandando embora, porque o Corinthians é a minha casa”. O zagueiro voltou à equipe, continuou amado por uns, odiado por outros e foi titular, domingo, em mais um fiasco corintiano. “Não dá para comparar o que eu sofri no ano passado com o que eu estou sofrendo agora. Está sendo muito mais difícil. Hoje a dor é minha e também do clube que amo.”

Para o jogador, não é hora de se esconder. “Sou amigo de vários jogadores e vou ligar mais tarde para eles. O grupo é unido e nessas horas ajuda conversar”, afirmou. “Também acho que não é hora de fugir da imprensa, que sempre respeitei muito.” Também não teme o contato com a torcida. “Eu nunca tive nenhum problema com os torcedores, sempre tive uma relação bem tranqüila com eles. E, neste ano, a Fiel percebeu a limitação do grupo, que não tinha grandes craques, e esteve sempre do nosso lado. Acredito que vai continuar sendo assim”, analisou com voz baixa e fala muito lenta o zagueiro. “Não consegui dormir. É difícil, né”, justificou Betão.

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Após noite em claro, Betão diz viver o pior dia de sua vida

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