De um começo sem muita expressão na modesta Matonense em 1999 até uma Copa do Mundo em 2010, na África do Sul, com a Seleção Brasileira, o atacante Grafite chegou em 2013 a 14 anos como profissional descartando qualquer possibilidade de aposentadoria. Em entrevista ao Virgula Esporte, o jogador de 34 anos falou sobre sua adaptação ao futebol árabe, do desejo em seguir no Al-Ahli e revelou que até hoje recebe agradecimentos de torcedores do Corinthians por conta dos dois gols marcados na vitória do São Paulo contra o Juventus, em 2004, que salvou o alvinegro do rebaixamento no Campeonato Paulista daquele ano.
“Minha adaptação por aqui foi muito boa. Estou na minha terceira temporada e a equipe está indo muito bem esse ano, mais uma vez. Estamos em primeiro lugar e em seis jogos vencemos todos. Tambem estou com sete gols nessas partidas. Mas o importante é a equipe estar bem e jogando melhor a cada jogo. A temporada é longa e temos muitos jogos pela frente, mas o começo tem sido muito bom. Já conquistei a Etisalat Cup e a President’s Cup. Esse ano o nosso objetivo é a Liga. Ano passado ficamos em segundo, mas esse ano a história tem que ser diferente”, disse Grafite.
Desde 2011 no emirado, o atacante já se acostumou com o forte calor e as altas temperaturas do país.
“Ele (calor) sempre é um problema. É muito quente por aqui. Mas os treinos são à noite e acabamos nos acostumando com tudo isso”, afirmou.
Chamado de Grafite com um certo sotaque pelos torcedores locais, o ex-atacante do São Paulo disse que mesmo à distância assiste aos jogos do Campeonato Brasileiro. “Eu acompanho muito o Campeonato Brasileiro. Sempre que dá eu vejo os jogos”, disse o atacante, que revelou sua preferência pelas partidas do Tricolor do Morumbi, comandado hoje por Muricy Ramalho, seu treinador nos tempos de Morumbi. “Muricy é um grande treinador e conseguiu dar confiança de novo ao time do São Paulo. A equipe não vinha bem na competição, mas desde que ele assumiu começou a jogar diferente e os resultados apareceram”, completou.
Com passagens por Grêmio, Goiás, Anyang Cheetahs, da Coreia do Sul, Le Mans, da França, e Wolfsburg, da Alemanha, Grafite não estipula uma data para pendurar as chuteiras e pretede seguir no futebol árabe.
“Ainda não penso em aposentadoria. Gostaria de jogar mais um pouco. No momento eu estou focado aqui no Al Ahli. Minha família esta muito bem adaptada e feliz”, disse Grafite, que revelou não ter um time em especial que queria defender em breve.
“Já fui procurado por varios clubes, mas o foco no momento e ficar ate o fim da temporada aqui e depois ver qual vai ser o rumo que vou tomar”, completou.
Por fim, Grafite lembrou do Campeonato Paulista de 2004, quando ainda defendia as cores do São Paulo. Em um duelo contra o Juventus, no Anacleto Campanella, o atacante marcou os dois gols da vitória tricolor por 2 a 1, deixando assim o Moleque Travesso na lanterna do Grupo 1 e ajudando o Corinthians a não ser rebaixado para a Série A2 do Estadual.
Por conta dos gols e por ter ajudado o rival da época, o jogador disse receber agradecimentos dos torcedores do Corinthians até hoje, quase 10 anos depois.
“É algo estranho, mas já me acostumei. Tem sempre uns que agradecem, é engraçado”, finalizou.
Relembre no vídeo abaixo os dois gols de Grafite que salvaram o Corinthians: