Em meio a tantas contratações de impacto hoje no futebol mundial, em que jovens jogadores viram estrelas milionárias sem ao menos terem jogado o mínimo suficiente para serem reconhecidos, temos de lembrar que a mídia contribuiu muito para isso, até pelo número de transmissões que hoje se tem do Velho Continente, com praticamente todos os campeonatos sendo transmitidos ao vivo para o mundo todo. No Brasil, em especial, quando quase 90% da Seleção joga fora.
Assim, em entrevista exclusiva ao <b>Virgula</b>, o locutor esportivo da TV Record, Luciano Do Valle, lembrou da época em que a TV Bandeirantes de São Paulo trouxe as primeiras transmissões internacionais, sendo pioneira para o que hoje é uma febre entre os telespectadores: o futebol europeu.
<b>Virgula</b> Luciano, a Band realmente contribuiu para essa febre hoje de todos mundo se ligar mais lá fora do que no futebol brasileiro?</b>
<b>Luciano Do Valle</b> Sim, com certeza absoluta. Ela foi a pioneira nisso, o que logicamente acabou contribuindo bastante. Era só você ver nossa equipe de esportes.
<b>Virgula</b> Essa equipe de esportes… O que você pode falar dela?
<b>Luciano Do Valle</b> Essa equipe jamais poderá se reunir outra vez. A gente tinha uma amizade, uma força muito grande. Fico feliz que todos hoje estejam bem. Mas infelizmente os rumos traçados são outros. Eu, o Flávio Prado, Elia Júnior, Oswaldo Paschoal, o Juarez Soares; depois quando veio o Gérson, o Rivellino na Copa de 94. Foi um momento mágico e sem dúvidas a melhor que eu já trabalhei.
<b>Virgula</b> Qual segredo de tanto sucesso naquela época?
<b>Luciano</b> O carro chefe da emissora era o esporte, era investir, era crescer nesse sentido. Portanto fizemos matérias e coberturas revolucionárias mesmo, além de que, claro, temos no Campeonato Italiano algo mágico, onde estavam os últimos remanescentes de uma época de ouro do futebol.
<b>Virgula</b> Têm exemplos que você cita, Luciano?
<b>Luciano</b> Sinceramente é incomparável com o que vemos hoje. Antes tínhamos talentos, hoje temos bons jogadores. O Real Madrid pode contratar quem for, que nunca será igual ao Napoli, do Maradona ou o Milan, de Van Basten, Baresi, Gullit e Rijkaard, que hoje são as novas promessas de treinadores no mundo. Era mágico, simplesmente isso!
