A poucas semanas do início da Copa do Mundo, alugar um apartamento no Rio de Janeiro está um pouco mais barato do que há alguns meses, quando os preços chegaram a níveis considerados surreais.

“Não podemos dizer de maneira alguma que os preços tenham desabado, mas começam a aparecer oportunidades”, disse Roberto Girão, um veterano empresário do setor imobiliário na capital fluminense, sede que deve receber mais turistas durante a competição.

“O mercado está vivendo um momento de ajuste porque há mais oferta que procura, mas ainda estamos alugando muitos apartamentos”, acrescentou.

Desde março, segundo dados do Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Rio de Janeiro, os preços de aluguéis de imóveis para o período da Copa (entre 12 de junho e 13 de julho) caíram entre 10% e 20%, e a expectativa é que baixe um pouco mais na semana anterior ao torneio, embora estes descontos incidam em valores que já eram considerados astronômicos.

Segundo Girão, imóveis de médio padrão que estavam sendo oferecidos a R$ 300 a diária na baixa temporada, agora, com a Copa, estão sendo anunciados por entre R$ 2 mil e R$ 3 mil.

Mônica Brunini, uma astróloga que decidiu alugar pela primeira vez seu pequeno apartamento em Copacabana, mostrou o imóvel de 60 metros quadrados, com dois quartos, cozinha e banheiro, pelo qual conseguiu fechar um contrato de aluguel de R$ 1 mil por dia.

Quando os inquilinos chegarem, a astróloga vai passar uma temporada com a mãe. “Não foi nada difícil alugar porque não pedi um preço absurdo”, afirmou.

A situação é semelhante à do empresário Fábio Nahon, de 39 anos, que recebeu a Efe em sua casa enquanto realizava os últimos ajustes nos quartos que receberão oito turistas argentinos.

Dois casais ocuparão os dois quartos do apartamento, de 120 metros quadrados, e os outros hóspedes dormirão na sala.

Nahon, que cobrará de R$ 250 a R$ 350 por pessoa e por dia, já tem experiência em alugar um dos quartos, mas, na Copa, decidiu oferecer todos os cômodos. “Foi uma boa oportunidade financeira”, garantiu.

Como empresário, ele agora oferece outros imóveis. O seu foi um dos primeiros apartamentos a serem alugados, logo quando foi anunciado pela Fifa que a Copa de 2014 seria no Brasil.

“Tinha que ser rápido, porque sabia que muita gente ia fazer o mesmo e que o mercado estaria rapidamente saturado de oferta imobiliária”, afirmou.

Para o carioca, não é estranho alugar a própria residencia. Os grandes eventos da alta temporada, como a virada de ano e o carnaval, sempre foram uma oportunidade para ganhar um dinheiro extra.

A Copa tornou possível a mais longa alta temporada já vivida no Rio, e apesar do abuso nos preços ter feito muitos turistas desistirem de vir ao país, a expectativa é de que 90 mil estrangeiros e 460 mil brasileiros visitem o Rio durante o Mundial.


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Aluguel de imóveis está 'um pouco' mais barato no Rio às vésperas da Copa