Há 17 anos, Mike Tyson arrancava parte da orelha de Evander Holyfield durante uma luta. Hoje a situação é diferente. Longe dos ringues há anos, os lendários boxeadores agora estarão juntos em um documentário sobre suas carreiras, chamado Champs e lançado no Tribeca Festival. Os dois, porém, têm mais coisas em comum do que se pode imaginar.
Ambos passaram os últimos anos com milionárias dívidas à Receita Federal dos Estados Unidos, mas aos poucos parecem se recompor. E trocaram elogios.
“Este cara e um lutador subestimado, é uma pena. Ele é o ser humano mais competitivo com quem já lutei. É fácil não perceber isso já que ele é um cara tão legal, de enorme coração”, disse Tyson sobre Holyfield, em informações divulgadas no site do jornal americano The New York Post.
Depois, foi a vez de falar de problemas financeiros. Mike, que já atuou em alguns filmes em Hollywood, como Se Beber Não Case, e Evander, que recentemente participou do Big Brother inglês, compartilham má fama da conta bancária.
“Do nada, comecei a ganhar US$ 20 milhões por luta… e eles começaram a falar sobre coisas que eu nunca tinha ouvido a respeito e eu simplesmente escutei e imaginei que estavam fazendo a coisa certa. Infelizmente não foram pessoas que eu não conhecia, e sim umas que conhecia e confiava. Várias vezes confiamos em nossa família, mas você tem que perdoar. Eu perdoei”, contou Holyfield sobre sua má sorte com quem administrava suas finanças.
Já Tyson deixou claro que não passava vontade.
“Eu não poupava nem uma moeda. E, sobretudo, não estou arrependido. Escute, quando você realmente para para pensar nisso, eu tenho o ensino fundamental de uma escola mais ou menos e… todos os meus filhos foram para escolas da Ivy League (grupo das oito melhores universidades do nordeste americano). Sou um p*** de um burro, mas eu fiz alguma coisa certa”, explico o eterno Iron Mike.
Sempre mais aberto a compartilhar, Tyson ainda revelou qual o seu novo mantra e o que esperava de si próprio há poucos anos. O vislumbre não era nada bom.
“Há dez anos, se você me perguntasse onde eu estaria agora, eu teria dito ‘morto’. Mas não estou. Tenho uma vida incrível e sou muito grato a tudo. Esta é uma das coisas que tento transmitir aos outros: gratidão”, disse.
Dono da afamada tatuagem no rosto, deixou claro que não se arrepende do adorno com um “Sou quem eu sou” e que agora até gosta da Receita Federal dos EUA, apesar de o órgão ter lhe dado muita dor de cabeça. Ele foi acusado de dever imposto de renda e chegou a ter débito de R$ 23 milhões, e já precisou declarar falência, em 2005.
“A Receita foi muito boa comigo outro dia. Eles perdoaram US$ 2 milhões da minha dívida. Eu gosto deles agora”, brincou.