A versão mais “vampiresca” da ópera “Don Giovanni”, de Mozart, estreia em São Paulo em uma adaptação na qual o sedutor incorpora características do vampiro mais famoso da história, o conde Drácula.
O espetáculo, que faz parte da Temporada Lírica do Teatro Municipal, mostra ao público até dia 22 a essência de uma das obras mais aclamadas do músico austríaco, composta em 1787 e escrita pelo italiano de Lorenzo Da Ponte.
“Don Giovanni é uma das combinações mais perfeitas de texto e música da grande criação lírica. Acho que o humor e a sabedoria destes dois gênios se unem de tal forma que não é possível pensar em música sem texto, ou vice-versa”, destacou John Neschling, diretor artístico do Teatro Municipal de São Paulo.
A figura de Don Juan, um conquistador que seduz as mulheres com a ilusão de falso casamento, mostra seu lado mais aterrorizante, como propôs o escritor italiano Alessandro Baricco em um ensaio escrito em 2003 e resgatado pelo diretor Pier Francesco Maestrini.
Neste espetáculo Don Giovanni, transformado em vampiro, seduz as mulheres para conseguir sua fonte de “vida”: o sangue.
“Drácula e Don Giovanni posem um poder de atração magnética: ambos são fisicamente e mentalmente irresistíveis aos que os buscam. Isso provém da narrativa, mas vai além, e assume um ar de eternidade mítica”, comentou Maestrini.
A Orquestra Sinfônica de São Paulo e o Coral Paulistano são os encarregados de pôr a música a esta nova versão do clássico, que conta com 17 intérpretes em cena.