Duas divas do cinema internacional, a australiana e ganhadora do Oscar Cate Blanchett, e a musa do cinema autoral francês Isabelle Huppert, protagonizarão a partir de amanhã em Nova York uma nova encenação de “As criadas”, de Jean Genet.
Incluída dentro da programação do Lincoln Center Festival e fora dos circuitos do grande público da Broadway, a produção do Sydney Theatre Company ficará apenas 11 dias em cartaz: duas pré-estreias na quarta-feira e na quinta-feira e nove dias de apresentações oficiais.
Apesar de não ser um estreia mundial, a peça foi encenada em Sydney ano passado, as entradas venderam tão rápido que os organizadores acrescentaram uma sessão matinal em 9 de agosto para satisfazer a procura do público pela história destas duas irmãs, Claire e Solange (Blanchett e Huppert), que dividem os papéis de poder quando a ama se ausenta da casa.
Esta inquietante peça do dramaturgo francês Jean Genet foi aos palcos pela primeira vez em 1947, com Monique Mélinand e Yvette Etiévant no teatro de L’Athénée de Paris, e em seus mais de 65 anos de história foi interpretada por atrizes como Glenda Jackson e Susannah York (em Londres 1973) e Aitana Sánchez Gijón e Emma Suárez (em Madri e Barcelona em 2002).
O espetáculo com a ganhadora do Oscar por “Blue Jasmine” e a atriz reconhecida no Festival de Cannes por “A pianista” tem 105 minutos de duração na montagem dirigida por Benedict Andrews, descrita como “uma produção radiante”.
A crítica destacou a interpretação da terceira personagem, a ama das duas criadas, Elizabeth Debicki.
Cate Blanchett, além de sua reconhecida carreira como atriz de cinema, ela ganhou o primeiro Oscar por “O Aviador”, tem uma extensa carreira teatral vinculada à Sydney Theatre Company, com a qual interpretou clássicos como “Tio Vania”, de Tchecov, e “Um bonde chamado desejo”, do Tennessee Williams.
Já Isabelle Huppert, ganhadora de dois prêmios de melhor atriz em Cannes e outros dois em Veneza, também se destaca no tablado e foi indicada cinco vezes aos prêmios Moliére do teatro francês por peças como “Orlando” e “Medéia”.
Curiosamente, as duas atrizes interpretaram diferentes versões de uma mesma obra: “Hedda Gabler”, do norueguês Henrik Ibsen.
O Lincoln Center Festival é uma das propostas culturais mais sofisticadas do verão em Nova York, tem várias disciplinas cênicas e costuma provocar longas filas para conseguir entradas.
O festival começou em 7 de julho e vai até 16 de agosto, e tem na programação a ópera russa “The Passenger”, de Mieczyslaw Weinberg, apresentações de balé clássico do Bolshoi, dança contemporânea de Anne Teresa De Keersmaeker e teatro japonês da companhia Heisei Nakamura-za.