5 de agosto de 1962, uma tragédia. Em uma casa localizada na rua Helena Drive, no bairro de Brentwood, entre as Colinas de Beverly Hills e Malibu, foi encontrada morta uma das maiores estrelas do cinema, Marilyn Monroe, aos 36 anos, no auge da beleza. Ao lado dela, um frasco de remédio para dormir e a primeira impressão de que havia sofrido uma overdose – intencional ou acidental.
Passados 48 anos, completados nesta quinta-feira, a morte de Norma Jean Baker, seu nome de batismo, intriga a todos. São várias as teorias. Uma delas é que, sob forte depressão, teria se matado após ouvir que o presidente dos Estados Unidos, John F. Kennedy, queria terminar o romance proibido. Outra mais extremista afirma que suas conexões com a família Kennedy e o chefe da máfia, Sam Giancana, representaram uma ameaça à segurança nacional, o que resultou num assassinato.
Tudo não passa de mera suposição. Só o que se sabe é que durante 30 meses, de janeiro de 1960 a agosto de 1962, Marilyn frequentou assíduamente o consultório do psicanalista Greeson, a última pessoa a vê-la em vida e a primeira a vê-la morta. Aquela que havia sido um ícone de beleza e sensualidade, com a vida badalada pelos holofotes da fama, enfrentava a angústia e o vício em álcool e remédios, o que lhe rendeu o corte do elenco de Something’s Got to Give (1962), seu filme inacabado (continua abaixo da foto).
Infância difícil
Apesar de todo o glamour que a fama a ofereceu e a expôs, sua vida no começo não foi nada fácil. Na infância, foi abandonada pela mãe após ser internada numa clínica psiquiátrica e passou bons anos em orfanatos até se mudar, em 1937, para a casa de Grace Mckee Goddard, amiga da família. Após transferência do marido, o casal ficou sem condições de criá-la, o que a obrigou a escolher se casar, aos 16, com James Dougherty, de 21 anos, em 1942.
Após a transferência de Dougherty pela Marinha, em 1944, Norma começou a fotografar roupas de banho e em pouco tempo tornou-se uma modelo respeitável e apareceu em várias capas de revistas. Foi um passo para se inscrever em aulas de teatro, porém, com a volta de Jimmy, em 1946, teve que fazer outra escolha: o casamento ou a carreira. Para nossa sorte, escolheu a segunda opção.
Carreira brilhante
Foram 30 filmes na sua breve carreira. Assinou contrato com a Twentieth Century Fox, em que ganhava 125 dólares por semana, no mesmo ano de sua separação e logo tingiu o cabelo de loiro e mudou o nome para Marilyn Monroe – sobrenome da sua avó materna. Mas foi só em 1947 que apareceu pela primeira vez na telona, em ponta no filme Sua Alteza, a Secretária.
Ladies of Chorus, de 1948, no qual cantou duas músicas, lhe rendeu um pequeno destaque. Em 1950, conseguiu papéis relevantes no suspense O Segredo das Jóias, da MGM, e no clássico A Malvada, da Fox, com Bette Davis, em papéis de sensualidade marcante. Mas foi em Torrente de Paixão (1953), Os Homens Preferem as Loiras e Como Agarrar um Milionário (1953) que ela viraria a mulher mais famosa e desejada da América.
Um ano mais tarde, se casaria com o jogador de baseball Joe DiMaggio, em São Francisco, na Califórnia, com quem ficou por apenas nove meses. Após esse período, Marilyn foi para Nova York ter aulas de atuação e conheceu o prestígio da crítica com os grandes sucessos O Pecado Mora ao Lado (1955), Nunca Fui Santa (1956), O Príncipe Encantado (1957) e Quanto Mais Quente Melhor (1959), que lhe rendeu o Globo de Ouro de Melhor Atriz de Comédia.
Em 1960, Marilyn apareceu em Adorável Pecadora (1960), com Yves Montand, com quem teve um caso, e fez Os Desajustados (1961) com Clark Gable e Montgomery Cliff, em papel escrito pelo seu outro marido, o dramaturgo Arthur Miller, e mostrou a uma crítica desacreditada sua versatilidade no drama. Em 1962 foi escalada para Something’s Got to Give, mas seus atrasos e problemas com drogas acabaram no rompimento do contrato.
Últimas imagens
Já maltratada pelos vícios, mas ainda muito bela, Marilyn foi ao hotel Bel Air e passou uma tarde com o fotógrafo Bert Stern. Foi o último ensaio da diva de Hollywood, que ficou guardado até os anos 80, quando foi publicado.
Stern chegou a dizer que ela, enquanto fotografava, consumiu muita bebida e possivelmente teria tomado outra substância. As imagens de Marilyn nua, exposta, contrastavam com o olhar misterioso de quem passava por momentos bem tensos e intensos àquela altura.
Pouco depois morria a estrela. Seu segundo marido, Joe DiMaggio, chegou a enviar seis rosas vermelhas para sua sepultura três vezes por semana, durante 20 anos, após a trágica morte.