O pintor Edvard Munch, criador do emblemático, angustiante e icônico quadro “O Grito”, voltou a ressoar em terras norueguesas, onde o 150º aniversário de nascimento de seu artista mais reconhecido é celebrado em grande estilo neste ano.

Desde Oslo até o remoto norte do país, a Noruega celebra este significativo aniversário com atividades de todos os gêneros, embora a principal, sem nenhuma sombra de dúvida, seja a “Munch 150”, a maior retrospectiva de sua obra nunca reunida, que aglutina mais de 270 obras repartidas entre a Galeria Nacional e o próprio Museu Munch, ambos na capital.

A mostra, que poderá ser visitada até meados de outubro e foi inaugurada no dia 1º de junho, em um ato que contou com a participação do príncipe herdeiro Haakon, engloba pinturas, litografias e desenhos realizados pelo pintor entre 1882 e 1903.

Além de sua complexidade, a mostra em questão também se destaca por reunir as quatro versões que Munch realizou de sua obra mais conhecida, “O Grito”, graças aos empréstimos de coleções próprias da Galeria Nacional e do Museu Munch, mas também de empréstimos recebidos de instituições públicas e privadas de todo o mundo.

Junto a esta histórica exposição, outro ponto alto desta celebração foi a inauguração oficial do Parque Ekeberg – o lugar no qual o pintor se inspirou para pintar o grito mais famoso da história – como um espaço artístico no qual os visitantes podem passear entre esculturas de mais de 30 artistas internacionais, entre eles Salvador Dalí.

“La Grand Laveuse”, de Pierre Auguste-Renoir; “Mulher Reclinada”, de Fernando Botero; “O Casal”, de Louise Bourgeois; “A Vênus de Milo”, de Salvador Dalí; ou “Marilyn”, de Richard Hudson, são só algumas delas, embora o parque, dedicado às mulheres, também tenha outros tipos de disciplinas artísticas.

Desta forma, no percurso do parque inaugurado ontem, situado em uma grande área verde próxima à capital, o visitante poderá encontrar diversas obras, como a instalação “Sky Space”, na qual o artista James Turrell brinca com a luz, a cor e o espaço, e a emocionante performance de Marina Abramovic, na qual um grupo de cidadãos grita no mesmo lugar que Munch teria feito há muitos anos atrás.

Mas, o Ano Munch ainda possui muito mais. No programa, além dos itens citados, obras de teatro, peças musicais, filmes, conferências, simpósios e ensaios se espalham pelos quatro cantos do país, todos eles relacionados com a arte em geral e, em particular, com seu pintor mais universal.

O que não veio em tempo desta celebração foi a construção de um novo Museu Munch, que será instalado no bairro de Bjorvika, junto ao porto e próximo ao moderno edifício da Ópera.

Embora o concurso internacional do projeto tenha sido vencido em 2009, a mudança de posição de alguns partidos na Prefeitura de Oslo e a consequente polêmica sobre uma possível localização alternativa atrasaram o início das obras.

No último mês, no entanto, um acordo entre várias formações políticas foi firmado para suprir a necessidade de um novo recinto para abrigar toda obra de Munch. Depois do roubo de duas versões de “O Grito” do velho Museu Munch de Oslo, ambas recuperadas posteriormente, embora uma delas com danos irreparáveis, a segurança do novo espaço se mostrou como um fator determinante.

De acordo com as autoridades municipais, esta relevante construção deverá ser finalizada em 2018, cinco anos depois da data fixada inicialmente para sua inauguração, com oito blocos de imóvel e dois grandes parques.

Seguir os passos de Munch por toda Noruega é uma opção que atrai inúmeros interessados no aniversário do pintor, os quais desejam ver de perto muitos dos cenários que inspiraram sua obra, como o refeitório de empregados da fábrica de chocolate Freia, que mostra a série de 12 murais que Munch realizou, por encomenda de sua direção, para decorar uma instalação nas praias do sul de Oslo.

Da mesma maneira, a sala de aula Magna da Universidade de Oslo mostra alguns de seus murais, nos quais o artista começou a trabalhar em 1909.

“As mães de Munch” é outra das exibições programadas, mas, neste caso, com o foco no aniversário de Laura Cathrine Munch – a mãe do pintor – e nas demais mulheres da família do artista. Aos interssados na obra do artista, trata-se de uma ótima oportunidade para conhecer a Noruega. 


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Pintor da tela O Grito teria completado 150 anos em 2013 e ganha homenagens

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