'David Bowie is...', exposição no Victoria and Albert Museum

David Bowie com o macacão de vinil criado por Kansai Yamamoto para a turnê Aladdin Sane, em 1973
David Bowie com o macacão de vinil criado por Kansai Yamamoto para a turnê Aladdin Sane, em 1973
Créditos: Divulgação

Um dos grandes frissons do verão londrino de 2013 era a exposição David Bowie is… , no Victoria and Albert Museum. Filas, horários estendidos e muita reverência e contemplação para este artista que redefiniu conceitos não só na música pop, mas no campo comportamental e no diálogo com outras artes. Agora, esta mostra sobre o Camaleão do Rock chega a São Paulo, nesta sexta-feira (31).

A exposição sobre David Bowie na versão paulistana trará mais de 300 objetos, entre eles instrumentos musicais, cartas do músico, inclusive a que pede para trocar seu nome David Robert Jones para o que o tornou mundialmente famoso, fotos, instrumentos musicais, vídeos, capas de disco e 47 figurinos.

Aliás, em Londres, depois de receber um fone de ouvido e caminhar um pequeno trecho antes de entrar na exposição, o primeiro objeto ícone que o visitante enxerga é o macacão de vinil criado pelo estilista japonês  Kansai Yamamoto para a turnê do Aladdin Sane, de 1973. A extravagância está dada em forma explícita. No mesmo espaço está o ambiente cultural que Bowie se formava com as músicas aleatórias de John Cage e as perfomances da dupla Gilbert & George. “Extravaganza” pouca é bobagem.

A visita é uma espécie de “sound and vision”. Com o fone (ora contando fatos e curiosidades da vida, ora entrando as músicas do artista) faz com que na montagem londrina, ele ( o fone) seja parte integrante da exposição, esperamos que o mesmo aconteça na versão paulsitana. E é de emocionar quando os primeiros acordes de Space Oddity entram pelos nossos ouvidos e entramos na sala espacial. “Controle de solo para o Major Tom/(10, 9, 8, 7)/Iniciando contagem regressiva, motores ligados/(6, 5, 4, 3)/Checar ignição e que o amor de Deus esteja com você/(2, 1, levantar voo)”.

A partir deste momento é só emoção. É vídeo de Bowie sendo entrevistado por Andy Warhol na Factory, é ele no Top of the Pops cantando Starman, é ele dançando com Louise Lecavalier do La La La Human Steps.

Aos poucos, vamos (re)descobrindo ou (re)confirmando a grandeza de Bowie no mundo pop e suas parcerias com Lou Reed, Iggy Pop, Brian Eno e com artistas de outras áreas como com o estilista Alexander McQueen que criou a icônica jaqueta com a bandeira britânica para o álbum Earthling, de 1997.

A dimensão do criador de Ziggy Stardust só vai aumentando ao percebermos o quanto, nos anos 70, ele contribuiu para a causa gay e o enfraquecimento das paredes que separam o que é masculino e o que é feminino. Um dos vídeos da exposição comprova seu papel nas mudanças comportamentais, além de artigos de jornais que colocam o significado de Bowie para os LGBTs.

Uma pequena sala imitando um cinema mostra o quanto Bowie é versátil, são exibidos trechos de diversos filmes que participou em paralelo à sua carreira de cantor. Mas é em uma arena final, na penúltima sala da exposição, em Londres, com algumas arquibancadas e quatro telões que passam apresentações históricas de Bowie que as pessoas passam a maior parte do tempo.

Em São Paulo, podemos esperar algumas coisas iguais e outras diferentes, como o karaokê que será montado para o público cantar músicas do Bowie, mas com certeza a emoção de visitar o repertório e a história de um dos maiores ícones do rock vai ser gigante, a ponto de nos perdermos nos turbilhões das sensações e perguntarmos: “where are we now (onde nós estamos agora?”.


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O que esperar da exposição de David Bowie no Brasil?