O Ibama de São Paulo exigiu na sexta (01) a libertação de três urubus vivos que fazem parte de uma das obras centrais expostas na 29ª edição da Bienal de São Paulo, que abriu suas portas no sábado passado.
Em comunicado, o órgão pediu a retirada dos três exemplares do urubu “Cathartes burrovianus” expostos por considerar que “as instalações não são adequadas para a manutenção das aves”.
O instituto pediu que os animais sejam devolvidos a seu local de origem, o Parque dos Falcões em Sergipe, em um prazo máximo de cinco dias, período que as autoridades consideram suficiente para organizar o retorno dos urubus a seu habitat com segurança.
Por sua vez, os organizadores da mostra indicaram que o departamento jurídico da Fundação Bienal está estudando o pedido do Ibama e que buscarão uma solução para atender as exigências dos órgãos ambientais e que possa, dentro da lei, conciliá-las com os valores de liberdade de expressão do artista.
O objeto da controvérsia é a monumental obra Bandeira Branca, do artista plástico Nuno Ramos, que apresenta três grandes blocos de concreto envolvidos por enormes redes, nas quais três urubus permanecem presos, embora com um grande espaço para voar.
No sábado passado, coincidindo com a inauguração da mostra, um grupo de defensores dos animais entrou na Bienal, cortou parcialmente uma das redes e entrou em um dos blocos de concreto, onde um dos ativistas pichou os dizeres “libertem os urubus”.