“Deus e o Diabo na Terra…”
Na noite de 24 de junho de 1985, às 20h na TV Globo, o Brasil ouvia pela primeira vez os versos iniciais da canção entoada por Moraes Moreira na abertura da novela Roque Santeiro. Pelos oito meses seguintes, a música embalaria o país, hipnotizado pela trama proibida em 1975 e que finalmente ganhava a telinha dez anos depois.
Escrita por Aguinaldo Silva a partir do original de Dias Gomes (autor que escreveria ainda a trama na fase final), a novela foi um sucesso devastador, inaugurando a era de “novelas do sertão ou do agreste repletas de personagens engraçados, bizarros e caricatos, envolvidos em peripécias políticas e sexuais regadas a realismo fantástico”.
Esse filão tornou-se a marca do próprio Aguinaldo Silva, que escreveu uma série de novelas sob esse esquema: Tieta (1989/90), Pedra Sobre Pedra (1992), Fera Ferida (1993/94), A Indomada (1997), Porto dos Milagres (2001)… Mas na verdade o filão já tinha sido lançado por Dias Gomes, com suas novelas dos anos 70 O Bem-Amado (1973) e Saramandaia (1976), ambas obras-primas.
Mas Roque Santeiro permanece como o maior marco da teledramaturgia nacional. A novela foi reprisada duas vezes na Globo (em 1991 e 2000), outra vez no Canal Viva (em 2011) e foi a primeira trama da emissora a ser lançada em DVD (reduzida num box com 16 DVDs), em 2010.
O mais surpreendente é que a novela permanece atual, com seu retrato farsesco de um Brasil dominado pela corrupção dos poderosos e vendado pelo escapismo religioso e a “fé cega”. #Tô Certo ou tô Errado???
Entre na galeria a seguir e saiba mais sobre aquela que é considerada “a melhor novela de todos os tempos”
"Roque Santeiro" faz 30 anos...
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