Nada de Michel Teló ou qualquer outro artista de popularidade máxima e capaz de atrair milhares de pessoas à Paraty. A cidade do litoral fluminense, tombada pelo Patrimônio Nacional e dona do conjunto arquitetônico colonial mais harmonioso do país segundo a UNESCO, pretende, a partir deste ano, dar um enfoque mais cultural ao Festival da Cachaça, Cultura e Sabores de Paraty. O evento começa nesta quinta-feira, 15 de agosto, e se estende até o dia 18, domingo. “Junto com o Carnaval, o Festival é o que melhor representa nossa cultura, que tem a pinga como um de seus elementos mais importantes. A palavra ‘Paraty’ já foi sinônimo de cachaça. No século 18, a região abrigava cerca de 150 engenhos”, conta o secretário de Turismo municipal, Wladimir Santander.

Para dar mais enfoque à história e aos aspectos culturais da cachaça na região de Paraty, o Festival vai abrigar, no Paço Imperial, uma exposição de rótulos e cachaças antigos, exibição de vídeos e palestras sobre o tema, além de artigos produzidos por caiçaras. E numa ação conjunta com a Secretaria de Cultura local, o evento vai incentivar a campanha pelo tombamento da canoa caiçara como patrimônio cultural. “Vamos aproveitar o Festival para mostrar nossa riqueza cultural”, diz Santander. Embora não seja tão famoso quanto a Festa Literária de Paraty, a Flip, o Festival da Cachaça costuma reunir o mesmo número de pessoas: cerca de 25 mil pessoas devem passar pela cidade.

Este ano, a programacão musical começará mais cedo, às 11 horas da manhã, porque uma ordem judicial obriga que os shows acabem, no máximo, a 1 hora da madrugada. Durante todo o dia, na tenda principal, bandas locais vão se apresentar. Os estilos são os mais variados: forró, chorinho, samba, rock, blues, jazz, black music etc. E já que a intenção é mostrar um pouco da cultura de Paraty, não podiam faltar apresentações de ciranda, tão tradicional na região, em shows do tradicional Ciranda Caiçara e do moderno Ciranda Elétrica.

E como o tema é cachaça no seus mais variados aspectos e utilizações, a vertente gastronômica da bebida não poderia ficar fora dessa – afinal, o nome do festival também é “Sabores de Paraty”. As praças de alimentação, além, é claro, dos espaços dedicados aos alambiques, vão abrigar também 17 barracas de pratos e petiscos com a assinatura de chefs paratienses e preparados com produtos locais. A ideia é dar valorizar as receitas da região: feijão tropeiro, pratos flambados nas cachaças de Paraty, espetinhos de cana de açúcar com frutos do mar, peixe à quilombola, camarões com taioba flambados, camarão casadinho, panquecas de ingredientes produzidos localmente, como o palmito pupunha de Mambucaba, entre outras.

Durante o período, os alambiques próximos ficam abertos para a visitação. Mas todo cuidado é pouco: a Polícia Militar, a pedido da organização do Festival, vai intensificar as operações Lei Seca nas redondezas. Outras campanhas serão realizadas pela Prefeitura durante estes quatro dias de festa: pela não poluição do rio, pelo não consumo de bebidas alcoólicas por menores, contra o xixi na rua – muito comum devido ao aumento no fluxo de pessoas – e uma campanha de coleta seletiva das garrafas de cachaça consumidas. “A ideia é controlar melhor o Festival, cuidar para que a cidade e seu patrimônio não sejam prejudicados”, explica o secretário. Para mais informações, confira a página no Facebook.


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Festival da Cachaça começa nesta quinta-feira em Paraty; saiba novidades