Foram 24 anos de espera desde a última e única vez que o Depeche Mode se apresentou no Brasil, em 1994. Sabendo disso, o grupo inglês de eletro-gótico, um dos ícones da música oitentista, recheou o repertório de hits para agradar os brasileiros nesta noite de terça, 27, no Allianz Parque, em São Paulo. E assim foi.
Do último álbum, Spirit, de 2017, apenas três músicas entraram no setlist: Going Backwards, Cover Me e Where’s The Revolution. Do resto, foram clássicos que agitavam a pista de dança do clube noturno Madame Satã décadas atrás e brilhavam madrugada adentro em estações de rádios, como It’s No Good, Stripped, Everything Counts, Never Let Me Down Again, Strangelove (cantada por Martin Gore no show), Walking In My Shoes, Personal Jesus e a mais esperada, Enjoy The Silence.
Dave Gahan, aos 55 anos de idade, continua sendo uma mistura de Mick Jagger com Ney Matogrosso em seus trejeitos e dança. A voz barítona está intacta. A arte de comandar o público, também. Em certos momentos, percebia-se que o vocalista estava feliz em rever os brasileiros após tanto tempo. Às vezes, nem ele acreditava, assim como o público à sua frente.
Foi provado também que, diferente de seus ‘parças musicais’ da época como The Cure, A-ha e New Order, o Depeche Mode não conseguiu criar uma legião de fãs no Brasil durante a sua carreira. O show, único no país, foi inicialmente programado para ocupar o Allianz Parque todo, mas a baixa procura por ingressos fez com que o espetáculo ocupasse somente metade do estádio, com o palco sendo montado no meio do gramado. E, mesmo assim não lotou.
Nem por isso deixou de ser um show grandioso. Pelo contrário. Quem os assistiu em outros países antes, disse que este foi um dos melhores shows da turnê. Nós concordamos. E que não demorem mais 24 anos para voltar. Por favor.
Depeche Mode no Allianz Parque, em SP
Créditos: Marta Ayora