A nova animação da Pixar, Divertida Mente, estreou em 18 de julho e tem feito muito marmanjo chorar na cadeira do cinema. Não é novidade que a Pixar tenha feito um filme que agrade não só às crianças; a diferença é que, desta vez, o filme tem muito mais apelo para os adultos.
Divertida Mente é sobre Riley, uma garotinha que, de repente, vê sua vida virar de cabeça pra baixo quando ela e os pais se mudam de Minesotta pra São Francisco de uma hora pra outra. O brilho do filme está na maneira como a história é contada: o ponto de vista é todo de dentro da cabeça de Riley, em um centro de comando que reúne Alegria, Tristeza, Medo, Raiva e Nojinho, cinco emoções que os roteiristas consideraram básicas pra fazer o filme funcionar. Além delas, tem as memórias-base, que são as lembranças mais importantes da vida de Riley e que a ajudaram a formar sua personalidade, entre outros mecanismos lúdicos que ajudam a explicar como a gente funciona de uma maneira que, apesar de ser brinks, no fim do filme todo mundo fica com vontade de que fosse verdade.
O conflito do filme acontece quando, dentro da cabeça de Riley – e por causa dessas mudanças – a Alegria e a Tristeza acabam fora da sala de controle e não conseguem mais voltar. É uma metáfora pra um estado de depressão, e a menina fica apática. Só com Medo, Raiva e Nojo, a menina acaba movida por emoções que a fazem tomar decisões ruins. Enquanto isso, acompanhamos a jornada de Alegria e Tristeza pelo cérebro para voltarem ao centro de comando, passando inclusive pelo estúdio de produção de sonhos e pelo lixão, pra onde vai tudo aquilo que é esquecido.
Trata-se de um filme colorido e com palhaçadas que vão agradar os pequenos, mas que faz a gente se conectar com os momentos difíceis da vida e a maneira como lidamos com eles. No fim do filme, somos lembrados sobre qual a função biológica e evolutiva da tristeza – em uma ditadura da felicidade, em que a gente é cobrado e se cobra constantemente pra ser feliz, é muito importante lembrar que a tristeza tem seu papel e ele é fundamental. <3
