Sem votos nem regras e com a arte de rua como única constituição, o festival “Todos” transforma até domingo Lisboa em uma versão cultural da Assembleia da ONU com dezenas de nacionalidades unidas pela música, pelo teatro e pela gastronomia.

O evento, que está na quinta edição, reúne artistas de Brasil, Angola, Índia, Itália e Cabo Verde, e as expressões de seus imigrantes dos bairros lisboetas.

“Lisboa tem uma história de miscigenação e tem mudado tão rapidamente que nem conseguimos ver. Queremos mostrar um pouco dessa mistura”, explicou hoje a Agência Efe um dos organizadores do festival, o italiano Giacomo Scalisi.

Esta mudança é marcada por um dos símbolos permanentes do festival, a Orquestra Todos, projeto com treze músicos de vários países, que este ano gravou seu primeiro disco e participa do Rock in Rio e do Festival Músicas do Mundo, em Sines.

Destaca-se na programação a apresentação da fadista Amália Rodrigues, cantando seus sucessos e contando histórias, como a do seu amor pela música brasileira e do papagaio que a desafiava em seus ensaios.

No parlamento vai ser encenada a obra “Kohlaas”, baseada no romance alemão “Michael Kohlaas” sobre justiça, lei e poder, dirigida pelo italiano Marco Baliani.

No majestoso Palácio de São Bento, será possível ouvir a fanfarra de Jaipur Maharaja, “big band” do oeste de Índia.

A festa tem ainda instalações artísticas e uma rota pelas diferentes religiões e templos do bairro da cidade.


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Culturas de todo o mundo enchem ruas de Lisboa de arte

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