Spider-Man: Turn off the Dark, o musical do Homem-Aranha
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A crítica nova-iorquina, que triturou o musical do Homem-Aranha, Spider-Man: Turn Off The Dark, no mês de fevereiro mesmo antes de sua estreia oficial, também não ficou convencida com a versão melhorada do espetáculo mais caro da história de Broadway em cartaz no teatro Foxwoods de Nova York.
“Esta história em quadrinhos cantada já não é o infame e indecifrável desastre que era em fevereiro. Agora é simplesmente chata”, escreveu nesta quarta-feira em sua resenha o crítico do jornal The New York Times, Ben Brantley, que há quatro meses tachou a produção de “não só a mais cara (…), mas também pode estar entre uma das piores”, disparou.
“Se eu conhecesse uma criança de dez anos e ela não fosse nada precoce, e eu tivesse algumas centenas de dólares para gastar, consideraria levá-la para ver este novo e melhorado Homem-Aranha”, manifestou Brantley, que junto com outros críticos dos principais jornais nova-iorquinos decidiu publicar sua opinião sobre o musical já em fevereiro como consequência dos contínuos atrasos da estreia oficial.
Depois das críticas fulminantes, os produtores do musical decidiram realizar uma lavagem de roupa suja total em março, que incluiu retoques no libreto, a demissão da diretora Julie Taymor (aclamada por sua versão de O Rei Leão na Broadway) e a introdução de novas músicas, compostas por Bono e The Edge, da banda U2.
Essa nova versão foi apresentada oficialmente na noite da última terça-feira, após seis adiamentos e um ano e meio depois da data inicial fixada para sua estreia, custando cerca de US$ 70 milhões, tendo realizado mais sessões prévias que nenhuma outra peça da Broadway e sendo também provavelmente a mais polêmica, em virtude dos contínuos acidentes sofridos por seus atores.
“Após tudo isso, se você estiver preocupado que alguém caia em cima de você, o mais provável é que você não vai cair no sono”, alfinetou Brantley em referência às quedas sofridas por cinco atores da peça, que inclusive deixaram o ator e dançarino Christopher Tierney no hospital por alguns meses.
Outros críticos como Terry Teachout, do Wall Street Journal, foram menos duros com Spider-Man: Turn Off The Dark: “É o musical medíocre mais lindo já apresentado na Broadway”, disse Teachout, que em fevereiro decidiu não romper o “embargo” e não publicou sua resenha antes da estréia oficial.
Para o crítico “cada centavo de seu orçamento está visível” e “seu dinamismo visual é assombroso, (…) mas o espetáculo tem pouco a oferecer”, declarou.
Por sua vez, Elisabeth Vincentelli, do jornal New York Post, garantiu que depois de “muitos atrasos e acidentes, demissões e retoques na história, o espetáculo está mais perto que nunca de atingir o alvo, mas isso não quer dizer muito: O alvo agora é mais amplo e menos ambicioso”, ressaltou.
No entanto, o crítico do Daily News Joe Dziemianowicz põe o peso dos problemas do musical sobre os ombros dos integrantes de U2: “A nova versão de Homem-Aranha é mais coerente e divertida que a anterior, e seus momentos mais emocionantes estão intactos, mas continua afetada por canções bastante regulares”.