Em meio ao racismo que sempre mostrou sua cara feia no mundo, inclusive no universo artístico, o cinema deu o troco através do trabalho de uma série de cineastas que deixaram sua marca nas telas.
Neste Dia da Consciência Negra (20/11/14), o Virgula decidiu celebrar estes dez realizadores que mostraram que podiam ser muito cool e criativos. E foram. Confere?
Gordon Parks
Americano, morreu em 2006. Praticamente fundou o gênero blaxploitation, que causaria muito frisson nos anos 70, ao dirigir o policial Shaft (1971) e a continuação O Grande Golpe de Shaft (1972). A presença de Shaft marcou de forma definitiva os 70, influenciando anos depois gente como Quentin Tarantino e ganhando remake nos anos 2000.
Ossie Davis
Americano, morreu em 2005 aos 87 anos. Dirigiu apenas seis filmes, mas foi o suficiente para marcar presença na blaxploitation, com o explosivo e hilário Rififi no Harlem (1970).
Melvin Van Peebles
Aos 82 anos, o diretor americano é outro papa da blaxploitation, com o petardo pop Sweet Sweetback’s Baadasssss Song (1971), dirigido e estrelado por ele mesmo no papel de um michê que se envolve em encrencas com os Hells Angels, os Panteras Negras e a polícia.
Mario Van Peebles
Filho de Melvin, o diretor nasceu no México em 1957 e surgiu ao dirigir New Jack City (1991), que tinha o rapper Ice-T no elenco. Nos anos 2000 dirigiu séries como Lost, Damages e Law & Order.
John Singleton
Americano, nasceu em 1968 e fez história: foi o primeiro cineasta negro a ser indicado ao Oscar, por Boyz n the Hood – Os Donos da Rua (1991), para o qual foi também indicado ao Oscar de Roteiro. Foi ainda o diretor mais jovem já indicado – tinha 24 anos na época. Em 2000, dirigiu o remake de Shaft.
Spike Lee
É o mais famoso e polêmico dos cineastas negros americanos. Na virada dos 80 para os 90 realizou uma série de obras que o consagraram: Faça a Coisa Certa (1989), Mais e Melhores Blues (1990), Febre da Selva (1991), Malcolm X (1992)…
Jeferson De
Brasileiro, paulista nascido em 1969, destacou-se com alguns curtas como Distraída para a Morte (2001), Carolina (2003) e Narciso Rap (2004). Foi um dos criadores do Dogma Feijoada, movimento do cinema negro brasileiro. Estreou em longas com Bróder (2010).
Joel Zito Araújo
Mineiro, Joel Zito realizou uma das obras seminais para dissecar o racismo: A Negação do Brasil (2000), doc que analisa a participação de atores negros nas novelas brasileiras. As Filhas do Vento (2004) é outra de suas obras marcantes.
Steve McQueen
Londrino de 1969, McQueen é um dos diretores mais hypados dos últimos tempos, graças a dois filmes fulminantes: Hunger (2008) e Shame (2011), ambos estrelados pelo muso mundial Michael Fassbender. A consagração mainstream viria com 12 Anos de Escravidão (2013), ainda com Fassbender e vencedor de 3 Oscars, incluindo Melhor Filme. Foi o primeiro filme produzido e dirigido por um cineasta negro a vencer o Oscar de Melhor Filme.
Lee Daniels
Americano de 1959, gay assumido, Lee construiu carreira como produtor (A Última Ceia, de 2001, entre outros) antes de se lançar como diretor – terreno onde brilhou com Preciosa (2009) e The Paper Boy (2012) – neste, abordando racismo, homofobia, fetiches… Além de O Mordomo da Casa Branca (2013).