O irreverente musical The Book of Mormon, que conta de forma bem-humorada a história de dois jovens mórmons que se tornam missionários em Uganda, foi o grande nome da 65ª edição do prestigioso prêmio Tony ao vencer na noite deste domingo em nove categorias, inclusive a de melhor musical.

Neil Patrick Harris, da série How I Met Your Mother, foi o principal apresentador da noite e não deixou faltar piadas sobre os últimos escândalos ocorridos nos Estados Unidos, como a revelação de uma nova paternidade de Arnold Schwarzenegger e as fotos inapropriadas do congressista democrata Anthony Wiener divulgadas no Twitter.

The Book of Mormon aborda a expedição de dois otimistas missionários a um lugar devastado pela fome e pela Aids, tudo com melodias e coreografias típicas da Broadway. Por trás da obra, estão os criadores da satírica série de desenhos South Park, Trey Parker e Matt Stone, e o compositor Robert López, autor do musical Avenue Q, já consagrado no Tony.

O concorrente mais forte era The Scottsboro Boys, musical sobre o caso real de nove adolescentes afro-americanos acusados injustamente de estuprar duas mulheres brancas nos anos 1930 no Alabama, que recebeu 12 indicações.

Ambos disputavam a categoria de Melhor Musical com Catch Me If You Can e Sister Act, produções bem-sucedidas baseadas respectivamente nos filmes Prenda-me Se For Capaz e Mudança de Hábito.

Além da categoria mais cobiçada, The Book of Mormon venceu também os prêmios de Melhor Direção (Casey Nicholaw e Trey Parker), Melhor Libreto (Trey Parker, Robert Lopez e Matt Stone), Melhor Música (Trey Parker, Robert Lopez e Matt Stone), Melhor Atriz Coadjuvante (Nikki James), Melhor Orquestra (Larry Hochman e Stephen Oremus), Melhor Engenharia de Som (Brian Ronan), Melhor Cenografia (Scott Pask) e Melhor Iluminação (Brian MacDevitt).

Anything Goes levou os prêmios de Melhor Revival, Melhor Atriz (Sutton Foster) e Melhor Coreografia (Kathleen Marshall). Já o prêmio de Melhor Ator foi para Norbert Leo Butz, de Catch Me If You Can, enquanto John Larroquette (How to Succeed in Business Without Really Trying) recebeu o de Melhor Ator Coadjuvante.

Sucesso no cinema e no teatro, a comédia musical Priscilla, a Rainha do Deserto ganhou o Tony de Melhor Figurino, com os designers Tim Chappel e Lizzy Gardiner. Os trajes excêntricos das drag queens que atravessam o deserto australiano repetiram a façanha que o filme homônimo fez no Oscar de 1995.

Já nas categorias não-musicais, o prêmio de Melhor Peça foi para War Horse, adaptação de Nick Stafford do romance homônimo publicado em 1982 pelo autor de contos infanto-juvenis Michael Morpugo, que fala sobre os laços entre um adolescente e seu cavalo.

Essa história, ambientada na Primeira Guerra Mundial, levou também os prêmios de Melhor Direção (Marianne Elliott e Tom Morris), Melhor Desenho de Som (Christopher Shutt), Melhor Cenografia (Rae Smith) e Melhor Iluminação (Paule Constable).

No que diz respeito ao elenco, Frances McDormand (Good People) ganhou o prêmio de Melhor Atriz, enquanto Mark Rylance (Jerusalem) foi agraciado como Melhor Ator, desbancando inclusive o bem cotado Al Pacino, protagonista de O Mercador de Veneza.

A emocionante The Normal Heart, que aborda a expansão da Aids em Nova York nos anos 1980, também foi destaque no Tony 2011. Escrita por Larry Kramer, que a definiu como uma “autêntica obra de amor”, a peça venceu nas categorias de Melhor Atriz Coadjuvante (Ellen Barkin), Melhor Ator Coadjuvante (John Benjamin Hickey) e Melhor Revival.

Por fim, o prêmio de Melhor Figurino entre as peças não-musicais foi para The Importance of Being Earnest (Desmond Heeley), escrita em 1895 por Oscar Wilde.

O prêmio Tony, criado em 1947 e assim nomeado para homenagear a atriz Antoinette Perry, é considerado o mais importante da cena teatral americana, e equivale ao que o Oscar é para o cinema, o Grammy à música e o Emmy à televisão.

Assista a uma performance de The Book of Mormon:

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Com 9 prêmios, musical The Book of Mormon é o grande vencedor do Tony 2011

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