Hugo Chávez terá um museu em Caracas para lembrar sua obra e ajudar a população a “sentir vivo” seu legado, anunciaram nesta segunda-feira o governador Adán Chávez, irmão mais velho do presidente venezuelano morto em março, e o atual vice-presidente, Jorge Arreaza, na véspera de completar oito meses de sua morte.

Ao inaugurar um encontro de discussão sobre como será o formato do museu, o vice-presidente Arreaza, genro de Chávez, pediu que as iniciativas analisadas busquem “um olhar rumo ao futuro” e não “deixem no passado” o falecido líder.

“Esse é um desafio deste sistema cultural, preservar a Revolução Bolivariana, que aqui onde repousam os restos mortais do comandante Hugo Chávez venha o povo, não para senti-lo morto, mas vivo”, disse Arreaza, acompanhado de Adán Chávez.

O museu será sediado no Quartel da Montanha, onde estão os restos mortais de Chávez, e de onde o líder ficou famosos em 4 de fevereiro de 1992 após comandar uma tentativa de golpe de Estado que, disse à época, postergou “por enquanto” o início da Revolução Bolivariana.

Nas consultas, que se estenderão até amanhã, participam grupos acadêmicos, conselhos comunitários e coletivos chavistas com a missão de garantir “a divulgação do pensamento e da ação do comandante Chávez”, destacou Adán Chávez.

Desde os jovens do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), chamaram a “romper todos os protocolos e paradigmas” com a construção do museu, tal como Chávez “fazia em vida”.

“Assim deve ser o museu. Deve ser um espaço para a pátria, do povo, uma casa onde possamos permanecer junto dele (de Chávez)”, disse Wilmaira Flores, membro da juventude do PSUV, durante a instalação das mesas de trabalho.

Entre as ideias que serão discutidas se destacam a criação da “rota de Chávez” para retratar “o Chávez menino, o Chávez estudante, o Chávez na academia militar”, antecipou Adán Chávez, governador do estado natal da família, Barinas.

Adán pediu também aos participantes que não perder de vista “o Chávez homem, o Chávez de carne e osso”.

A proposta do museu acompanha os esforços do chavismo por manter viva a figura de seu líder, que morreu em 5 de março aos 58 anos depois de não superar a luta contra um câncer, que nunca teve sua localização revelada.

Entre as iniciativas para lembrar seu legado também estão a criação de uma disciplina “Hugo Chávez” em duas universidades estatais venezuelanas, enquanto o atual presidente, Nicolás Maduro, propôs recentemente que a obra de seu antecessor seja estudada nos colégios do país.

Além disso, o próprio Maduro anunciou a criação do Instituto de Altos Estudos do Pensamento do Comandante Supremo Hugo Chávez, que será, por determinação do presidente, dirigida por Adán Chávez.

Maduro chegou a anunciar também no início de abril, quando era candidato à Presidência da Venezuela, que o Palácio de Miraflores, sede do Executivo, seria “transformado em um museu histórico que honrará a Revolução Bolivariana e ao comandante Hugo Chávez”.


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Chávez terá museu em Caracas para que o povo sinta que o líder vive

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