Caso você ainda não tenha reparado, pois luminosos estão em vários pontos de ônibus de capitais como São Paulo, Wellington Muniz, também conhecido como Ceará, está de atração nova. Estreia hoje, 20, no canal pago Multishow, o humorístico A Grande Farsa, programa de auditório onde “nada é o que parece ser” – este conceito ainda não ficou muito claro na nossa cabeça, embora tenhamos conversado com o apresentador e sua equipe de produção.
Pois é, a gente esteve na coletiva de imprensa para saber melhor o que pretendia Ceará com este novo show, em uma época em que humoristas têm apelado bastante para se manterem relevantes.
Tretas à parte, a gente sabe que Ceará é engraçado de verdade. No Pânico, tanto na versão do rádio, quanto no Na TV, era ele quem fazia a galera rir sempre que abria a boca, fosse para fazer a imitação que o sagrou, de Silvio Santos, ou uma graça de improviso. Ao vivo, Wellington é daqueles caras que você fala com um pé atrás, porque não sabe se com aquela expressão séria ele está na verdade tirando uma com a sua cara. Mas o rapaz é simpático, sabe lidar com seu público, e não faria nada desrespeitoso com ele – o que é importante, afinal, irá lidar durante cinco dias da semana com uma plateia interativa que faz parte do modelo desse novo programa.
O carro chefe do show são seus personagens: além de Silvio, teremos Gabi Herpes, Dantena, Regina Ralé e Calvão Bueno, entre outros, totalizando 20. Em quadros intercalados, Muniz recebe convidados, transmite takes externos como “O Povo Falha” e interage com o público. Mas, a estrutura, apesar de tão cara para os produtores, não importa muito para nós que estamos ansiosos pela reestreia de Ceará na TV. Para seus espectadores, o que interessa é o que ele sabe fazer de melhor: imitar.
Faz tempo que não encontramos um bom imitador na grade de programas da televisão. Estamos falando de bom, não de sofrível. Marcelo Adnet é bom, mas trabalha em temporadas (A Grande Farsa também será transmitida em temporadas, mas com reprises aos finais de semana). O resto da leva atual nos faz ter saudade de quando Tom Cavalcante tinha mais espaço na televisão e o Casseta e Planeta ainda existia. É neste nicho, então, que o dissidente do Pânico deve apostar para obter o sucesso e longevidade que nem todo humorístico tem conseguido nos últimos tempos. No mais, não há muito o que inventar. Já vimos de perto a ascensão e queda de muitos modelos inovadores e, principalmente, promissores, para saber que o que funciona mesmo é manter o público rindo. E isso Ceará sabe fazer bem demais.
Agora dá uma olhada na galeria abaixo pra saber o que esperar de A Grande Farsa: