Apoteose dos Bonecos Gigantes encanta os foliões no carnaval de Olinda
Créditos: Micaella Pereira da Silva
Símbolos do carnaval de Olinda, os bonecos gigantes encantam quem os vê na folia da cidade. E nesta segunda-feira (3), cerca de 40 deles tomaram conta das ladeiras do Sítio Histórico. “Achei lindo vê-los dançando”, disse Fabiane Porto, que veio de Porto Alegre (RS) para conhecer a festa.
A francesa Chrysfele Bistteau também ficou impressionada com as peças, que têm em média 3,90 metros. “Eles são impressionantes, afirmou. “Na França, seria impossível ter uma manifestação como essa. Aqui as pessoas brincam na rua tranquilamente, já lá é muito violento”, comentou. Mesmo quem é local não deixa de se apaixonar pelos bonecos. “É uma tradição tão bela, e é encantador ver todos juntos”, falou Silvana Baiana.
A Apoteose dos Bonecos Gigantes é uma criação da Embaixada dos Bonecos Gigantes. Em sua sexta edição, o evento começou em 2009, por iniciativa do empresário Leandro Castro. “Nós perpetuamos quem faz parte da vivência da população, aqueles que a maioria reconhece”, comentou Castro. Ele conta que os bonecos, feitos de materiais como fibra de vidro, papel machê e madeira, levam até 40 dias para serem feitos. “Mas esse anos alguns foram feitos em dois dias. Acabamos de retocar o Batman e o Robin pouco antes do desfile”, confessou.
E é preciso energia para carregar esses gigantes de quase 30kg nos ombros. “O segredo é ter fôlego e coragem”, afirmou o bonequeiro Juan Willams. Já Iago Mendes gosta da atenção que recebe do público. “Todos param para tirar fotos, me dão água, cerveja”, contou. “Mas faço mesmo é pela diversão, é minha forma de brincar”.
Outra tradição do carnaval olindense também arrebatou os foliões: o grupo de maracatu Piaba de Ouro. Fundado no dia 11 de setembro de 1977, o grupo era liderado pelo rabequeiro Mestre Salustiano, falecido em 2008. “Estamos nos esforçando para manter a tradição, em homenagem a ele”, contou Mestre Grinário. Com 48 anos, ele faz parte do Piaba há 35. “Ele foi minha escola, minha faculdade, onde aprendi tudo”, disse. E o maracatu é um legado que passa de pai para filho. Antônio Mendes se veste e dança de caboclo de lança ao lado do filho, Genilson, há 18 anos. “Meu filho me via fazendo e quis fazer também, e desde então ele me acompanha”, contou Antônio.