Rainhas de bateria
Créditos: Thyago Andrade / Photo Rio News
O Carnaval sempre foi uma das imagens do Brasil para o mundo, aliás, um de nossos estereótipos. Mas até os anos 1970, muitas celebridades não tinham notado o potencial de marketing pessoal que poderiam tirar da maior festa do mundo. O insight veio talvez com Pinah, a negra careca passista da Beija-Flor que, em 1978, dançou com o príncipe Charles e teve sua imagem replicada por todo o mundo. A passista se transformou em personalidade, comentada e venerada como a “princesa negra que dançou com o futuro rei”, como as manchetes na época se referiam a ela.
Se a batida do tamborim poderia ter a força de transformar em membros da nobreza pessoas da comunidade das escolas de samba, porque não se inserir nelas, começaram a pensar as famosas. O movimento começou com as primeiras modelos famosas dos anos 80 que passaram a ocupar um cargo que depois se transformaria em algo importante e extremamente disputado: as rainhas de bateria mesmo que sem príncipe Charles.
Monique Evans deu o pontapé inicial e criou o posto quando desfilou à frente dos ritmistas da Mocidade Independente de Padre Miguel, em 1985. Mas foi Luma de Oliveira que elevou o status rainha de bateria em peça nobre em suas apresentações na Marquês de Sapucaí.
A modelo começou em 1987 na Caprichosos de Pilares e desde então sempre era tão aguardada como a Velha Guarda da Portela, as criações geniais de Joãosinho Trinta ou a bateria da Mangueira. No Carnaval de 1998 não se falou em outra coisa do que a coleira que usou com o nome do então seu marido: Eike Batista.
Mas foi na Viradouro que Luma teve uma das performances mais emocionantes. Em 1997, com a bateria de Mestre Ciça, ela e os ritmistas se ajoelharam para comoção das arquibancadas do Sambódromo.
Luma simboliza esta aspiração de muitas famosas: ser a mais comentada durante o reinado de Momo. E não se pode negar que foi ela que abriu o caminho para Viviane Araújo, Gracyanne Barbosa, Sabrina Sato, Adriane Galisteu e outras celebridades quererem tanto ser rainha de bateria.
Veja acima galeria com algumas rainhas de bateria importantes do Carnaval e relembre abaixo três momentos impactantes de ser uma rainha de bateria:
Luma de Oliveira se ajoelha com a bateria da Viradouro em 2001
Juliana Paes, em 2007, desce a escadaria do carro tabuleiro aos 4:15
Paola de Oliveira arrebenta invadindo a bateria da Grande Rio em 2010