O Canal VIVA, um dos destaques da TV fechada no Brasil, completou 5 anos de existência em maio, consagrando-se com a mina de ouro que é o acervo da TV Globo. Ao resgatar do baú global pérolas que marcaram gerações, o VIVA encantou o público.
Mas o Canal não quer apenas reprisar programas da “Vênus Platinada”. Já há algum tempo o VIVA vem realizando produções próprias, inclusive apostando em remakes de clássicos globais. Foi assim com o Sai de Baixo, o Globo de Ouro, e agora com… a Escolinha do Professor Raimundo.
O programa original (que a Globo exibiu entre 1990 e 1995) já vem sendo exibido no VIVA há tempos. Diante do espantoso sucesso da reprise, o Canal estreia nesta segunda-feira (23/11) uma série de cinco novos episódios do humorístico. E a partir de dezembro a própria Globo exibe esses episódios, além de 2 outros, inéditos.
“A Escolinha do Professor Raimundo está na grade do VIVA diariamente desde a estreia do canal e sempre obteve excelente performance, sendo um dos programas mais queridos dos telespectadores do canal”, conta Clarisse Goulart, Coordenadora de Conteúdo do Canal. “A ideia de produzir novos episódios veio a partir daí, mas também pelas experiências bem sucedidas com os episódios especiais de Sai de Baixo (produzidos pelo Viva em 2013) e as duas edições do Globo de Ouro Palco Viva (2014 e 2015)”.
Assim, podemos dizer que a Escolinha é um dos humorísticos mais indestrutíveis do repertório brasileiro: basta lembrar que o programa nasceu no rádio, em 1952 – !!! Nessa fase, havia o professor Raimundo Nonato (Chico Anysio) e três alunos (um estudioso, um “vagal” e um malandro). Em 57, a Escolinha foi para a TV, como um quadro dentro do programa Noites Cariocas (TV Rio), e a partir dali passou a surgir ocasionalmente como um quadro dentro de um programa maior.
Isso ocorreu novamente em 1988, quando a Escolinha virou um quadro maior, com uma sala de 20 alunos, dentro do Chico Anysio Show (na Globo). Com o sucesso, nasceu o programa independente em 1990.
“A Escolinha é um programa único, criado por um dos artistas mais geniais e inventivos que o Brasil já teve”, afirma Clarisse. “Chico Anysio passou anos garimpando os tipos característicos do nosso país e juntou todos dentro daquela sala de aula. Estes tipos continuam existindo por aí e por isso o humor que vem deles é atemporal, popular, sempre vai ser engraçado e de fácil identificação para quem está assistindo”.
O humor da Escolinha segue atemporal, mas algumas “modernizações” ocorreram nesta nova versão: a principal delas é a plateia presente nas gravações, fazendo com que as risadas sejam de fato espontâneas – abandonando assim o paleolítico recurso da “claque” (aquelas risadas gravadas que invadem as cenas dos humorísticos antigos).
“Além disso, mesmo mantendo as mesmas características e os mesmos bordões dos personagens consagrados pelo humorístico, as piadas foram atualizadas para estarem mais adequadas ao contemporâneo e consequentemente ao tipo de humor que faz sucesso nos dias de hoje”, diz Clarisse.
Mas o maior trunfo da nova versão da Escolinha parece estar mesmo na escalação do elenco. Os novos atores, caracterizados como os famosos personagens do antigo programa, parecem quase “reencarnações” dos lendários humoristas que viviam esses tipos (muitos deles já falecidos). Isso inclui o próprio Professor Raimundo (que, nesse caso, é ainda mais “psicografado”, já que quem encarna o Amado Mestre é Bruno Mazzeo, filho de Chico Anysio).
A Escolinha do Professor Raimundo será exibida no VIVA às 23h15, de 23 a 27 de novembro.