“É como se apaixonar por alguém em outro lugar e voltar pro seu país. Você não consegue esquecer aquela pessoa, você não consegue saber que ela está passando dificuldades e não fazer nada”.
Foi assim que o ator Caco Ciocler explicou por que resolveu, junto com o educador Ivan Waintrob, iniciar a campanha para ajudar os alunos da escola Gatoto, em Nairobi, no Quênia.
Em março de 2015 Caco foi para Nairobi com uma ideia na cabeça e várias câmeras na mala. Foi parar no meio da quebrada da cidade mais populosa do país a convite do ex-aluno e hoje amigo Ivan, que já tinha trabalhado na escola algumas vezes. Com a insistência do amigo de que a experiência seria transformadora, Caco pensou em juntar cinema com algo que fosse útil, que provocasse alguma reflexão nos alunos. Dentre as mil crianças atendidas pela Gatoto, foi escolhido um grupo de alunos de idade entre sete a catorze anos.
“Quando a gente chegou lá, eu com a minha câmera só filmava a pobreza. As primeiras imagens que a gente recebeu eram imagens lindas. Claro que eles filmavam a pobreza, mas esse não era o assunto. O que vinha era o cotidiano: cabeleireiros, pessoas que desenham, pessoas brincando”. Caco e os aluno realizaram alguns vídeos.
Quando Caco e Ivan voltaram ao Brasil não conseguiram ficar ausentes da escola. A crise afetou as doações internacionais, e como o governo local não reconhece a Gatoto oficialmente por questões políticas, não repassa dinheiro para a sua manutenção. Os professores têm a mesma formação da rede pública, só que ao invés do governo, vem da própria comunidade.
“Você chega achando que vai ensinar e tem uma experiência amorosa que te ensina, eles são generosos. Queremos montar uma exposição com as fotos, quero fazer um documentário com o material, mas tem a causa urgente que é ajudar a escola a se manter funcionando”, diz Caco.
Um amigo indicou a plataforma de crowdfunding e ele e Ivan fizeram uma conta: qual o valor necessário para sustentar o básico? (pagar professores, alimentação e material didático). O valor foi dividido por trezentos alunos; dos mil atendidos são esses os que não podem pagar nenhum centavo. O objetivo é dar um ano de sobrevida a escola.
“Não é que a gente sentou num café e pensou numa instituição aleatória para ajudar. Por acaso o Ivan foi parar lá, por acaso ele me chamou. Eu conheço essas crianças, conheço cada uma, sou apaixonado por cada uma delas. A campanha não foi prevista, a gente viu um potencial de ajudar e por que não?”, diz Caco.
E aí, bora ajudar? Saiba tudo sobre a campanha AQUI
Campanha Adote um Aluno no Quênia
Créditos: Santiago Del Giudice