Mais polêmica no caldeirão do Oscar 2015. Depois de diversas críticas detonando as indicações da Academia neste ano (que não indicou nenhum ator ou atriz negro), surge mais uma reflexão sobre o fato.

O ator David Oyelowo, que vive Martin Luther King no filme Selma, compareceu ao Santa Barbara International Film Festival no fim de semana e declarou que as atuações de atores negros somente são valorizadas pelo Oscar “quando nós somos subalternos, e quando não somos protagonistas, reis ou estamos no centro de nossa própria narrativa”.

As críticas de David se dirigiram ao Oscar e à indústria de cinema em geral, pois segundo ele, historicamente, tal indústria conta histórias de personagens negros somente sob o ponto de vista de protagonistas brancos. “Então geralmente você tem uma pessoa branca legal que segura a mão do povo negro através da narrativa dela”.

O argumento de David pode se aplicar a muitos filmes, como Histórias Cruzadas (2013), mas existem exceções, como Django Livre (2012) e 12 Anos de Escravidão (2013). Este último foi celebrado pelo próprio David na mesma entrevista em que criticou a indústria.

O ator disse que 12 Anos de Escravidão e O Mordomo da Casa Branca (2013, onde ele teve um papel de apoio) estão mudando o cenário, e que o sucesso deles nas bilheterias levou a Paramount a produzir Selma.

David Oyelowo é inglês, tem 38 anos e atuou em mais de 50 trabalhos, entre TV e cinema. Ele foi indicado ao Globo de Ouro deste ano como Melhor Ator Dramático, por Selma – perdeu para Eddie Redmayne, de A Teoria de Tudo.

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Ator de "Selma" diz que Oscar só favorece papéis negros subalternos