Não contavam com minha astúcia!…

Pois é, pessoal. Morreu nesta sexta (28) o ator e comediante mexicano Roberto Bolaños, aos 85 anos. Sua morte foi confirmada pela emissora mexicana Televisa e pela rede CNN.

Bolaños entrou para a história da TV (principalmente a brasileira!) graças aos seriados cômicos Chaves e Chapolin (no original, El Chavo del Ocho e El Chapilín Colorado), que estrearam no México no início dos anos 70 e que, no Brasil, foram fartamente exibidos e reprisados no SBT. E continuam sendo!

O SBT começou a exibir os episódios de Chaves e de Chapolin em 1983, dois anos depois da estreia da emissora. Desde então, os dois seriados “salvaram” diversas vezes a audiência da emissora de Sílvio Santos, conseguindo derrotar outras emissoras – até a Globo já foi derrotada no Ibope pelas aventuras de Chaves e Chapolin.

Os programas já foram reprisados à exaustão, em todos os horários possíveis e imagináveis (inclusive de madrugada). E mesmo assim, uma gigantesca legião de fãs fanáticos continua assistindo aos episódios pela milésima vez, sabendo as falas de cor e tudo o mais.

Realmente, os personagens criados por Bolaños conquistaram o público brasileiro, tornando-se ícones pop. Chaves, Chiquinha, Quico, Seu Madruga, Dona Florinda, Seu Barriga, Bruxa do 71, Nhonho, entre muitos outros, viraram tema de camisetas, brinquedos, mochilas, lancheiras, álbuns de figurinhas, miniaturas, cacarecos e bugigangas.

E o SBT, sempre de olho no marketing, lançou nos anos 90 um disco com a trilha sonora de Chaves, incluindo faixas maravilhosas que viraram moda, como “Lá vem o Chaves, Chaves, Chaves, todos atentos olhando pra TV”, “Se você é jovem ainda, jovem ainda, jovem ainda, um dia velho será, velho será, velho será” e “Quico, Quico, hahaha!”

Uma das coisas mais legais dos programas criados por Bolaños é o humor corrosivo, ácido, muitas vezes cruel e politicamente incorreto. Hoje, qualquer programa de TV ( especialmente os infantis ) pisa em ovos para não ofender ninguém, não xingar minorias, evitar conflitos, reclamações e processos. Chaves e Chapolin, ao contrário, sempre chutaram o balde, expondo as malandragens, invejas, crueldades, fraquezas e contradições de seus personagens. Mostrando o humor através da humanidade de cada um.

Muita gente considera Bolaños o “Renato Aragão do México”. Assim como o intérprete do Didi, que tem certa rixa mal resolvida com o ex-colega Dedé Santana, Bolaños teve diversas brigas com Carlos Villagrán, o intérprete do Quico. Um dos motivos: os dois disputavam o amor de Florinda Meza, que vive a Dona Florinda. Bolaños levou a melhor: casou-se com Florinda, hoje viúva do comediante.

Ao longo de tantas décadas de sucesso, Chaves, Chapolin, Bolaños e Cia. geraram diversos mitos. Tem gente que até hoje acredita que o elenco inteiro de Chaves morreu num terremoto no México no fim dos anos 70. E por isso os episódios são velhos e são sempre os mesmos: porque não foi possível gravar novos. ( !!! ) Outro boato: de que a história de Chaves, dentro do seriado, é uma coisa Caverna do Dragão: ou seja, os personagens morreram e aquela vila é o além. ( !!!!!!! )

Enfim, boatos não faltam. O fato é que Chaves fez parte da infância de várias gerações. E esse culto não vai acabar tão cedo. As crianças brasileiras que, desde o início dos 80, assistiram Chaves no SBT, hoje são adultos, mas continuam assistindo. Há quem diga que seu programa preferido é: faltar no trabalho e ficar vendo Chaves, comendo guloseimas e rindo diante da TV.

Momentos inesquecíveis de Chaves e Chapolin


Créditos: Reprodução

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Adeus a Chaves, Chapolin e à alegria de diversas gerações

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