Aos 43 anos, Zé – conhecido como Zé das Bengalas, mas na verdade se chama José Ferreira do Nascimento – já fez várias coisas, desde que saiu do subdistrito de Alegre, região do sudoeste baiano e chegou a São Paulo em 84. Por aqui, já pintou paredes, lavou pratos, foi açougueiro, mas na sensibilidade de suas mãos com o trato da prata, porcelana e da madeira, principalmente, que encontrou refúgio para sua mente criativa que não se achava em qualquer atividade.

Foi no trato com antiguidades, mais precisamente, na restauração de bengalas, que Zé achou mais do que o sustento para sua vida, mas sim, o prazer de trabalhar com aquilo que gosta.

Em 88 teve o primeiro contato com essas peças antigas. Foi ainda na época que trabalhava no Mappin e a feira do Masp funciona próximo à loja. Por pura curiosidade, resolveu visitá-la e percebeu que ali estava o que queria fazer. "Tá aqui. É isso", afirma.

Não tinha dinheiro para investir nas mercadorias, mas começou ajudando os expositores. Seu Zé conta que ajudava a montar as barracas, carregava os objetos e, quando conheceu a feira da Benedito Calixto, por vezes, tomava conta das bancas de Dona Doroty e do Heraldo.

Contudo, a vontade de tocar seu negócio veio rapidamente. Aos poucos, em 89, começou a comprar suas próprias peças. Eram colares ingleses e outras bijuterias. Zé conseguiu uma barraca e virou expositor também. Na mesma época, foi trabalhar com Carlos Augusto de Lima, antiquário. Ficou com ele por doze anos e foi aonde aprendeu mais.

Continua: a recompensa e o processo


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Zé das Bengalas e o amor por sua exótica profissão

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